Olhando o início do horário eleitoral, se não fosse eleição,
mas uma novela mexicana, o enredo bem que poderia girar em torno de irmãos
gêmeos que foram separados na maternidade: NOVO e PSTU.
O último foi criado pela família do operário de chão de
fábrica, enquanto o primeiro, pela família dos donos da empresa, com
investimentos em diferentes setores da economia.
Tirando a origem social, os estímulos psicológicos e
comportamentos de ambos remetem a uma identidade quase umbilical entre eles.
São contra tudo o que está aí.
Não acreditam na política e querem mudar o mundo todo.
Se não fosse eleição, no dia 7 de outubro os dois
descobririam que são irmãos de sangue, depois de passar a campanha toda usando
o discurso de que estão cansados, são eternamente explorados - um pelo Estado
que cobra impostos escorchantes, outro pela burguesia, que é escorchante por
imposição.
Também está presente nos discursos deles, o fato de
sentirem-se traídos pelos integrantes do sistema político tradicional.
Até aqui, a grande diferença é a cor da embalagem do
discurso e o ponto de partida da revolução que eles defendem. Um crê na
revolução de cima para baixo e outro na de baixo para cima para acabar com tudo
o que está aí.
Já imaginou a audiência que daria uma novela dessas, bicho?
Só falta o nome.
Emerson Urizzi Cervi
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