domingo, 2 de setembro de 2018

De onde saiu o Barroso ?


Genealogia política e estatal de Luís Roberto Barroso, Ministro do STF. Barroso, natural de Vassouras, Rio de Janeiro, é filho de Roberto Bernardes Barroso e de Judith Luna Soriano. A mãe era advogada e de família de imigrantes de origem sefardita de Salônica. O pai, Roberto Bernardes Barroso, pertencia às principais oligarquias de Vassouras como advogado pela Faculdade Nacional de Direito, vereador e presidente da Câmara Municipal de Vassouras pela UDN. Depois entrou no Ministério Público e foi procurador de justiça. Como mostramos no nosso artigo sobre a Prosopografia dos operadores da Lava Jato, há forte correlação entre conservadorismo e hereditariedade no sistema judicial, mentalidades retrógradas e quase uma casta hereditária jurídica, em vários casos. A esposa de Luís Roberto Barroso é Tereza Cristina Van Brussel Barroso, com notícias de offshore em vários blogs. O avô paterno foi Jorge Coulomb Barroso, também prefeito de Vassouras, filho do Coronel João Antonio Teixeira Barroso, grande fazendeiro e de Francisca Adelia Coulomb. A avó paterna de Luís Roberto Barroso, Haydea Bernardes Barroso, era filha do Coronel Manoel Bernardes Junior - Coletor Federal em Vassouras e residente em Paty do Alferes, um dos principais chefes políticos da região no tempo do coronelismo, com várias denúncias de fraudes e irregularidades eleitorais na Coleção de Anais da Câmara dos Deputados, 16/10/1906 (419) . Estas famílias formam as principais oligarquias políticas familiares da região do período Imperial até hoje. O atual prefeito de Paty do Alferes é o primo Eurico Pinheiro Bernardes Neto, filho do atual deputado federal Eurico Pinheiro Bernardes Junior, que também foi vereador, dirigente da Ceasa e prefeito de Paty do Alferes e de Vassouras. A família do Coronel da Guarda Nacional Manoel Francisco Bernardes, sua esposa Joaquina Maria de Mello Bernardes e familiares possuíram várias grandes fazendas, como a Retiro, a Quindins e representavam muito bem o passado senhorial arcaico das casas grandes, das grandes propriedades das famílias latifundiárias e escravocratas daquela região cafeeira. Vassouras teve quatro ministros do STF, inclusive Sebastião Lacerda, que também foi Ministro de Estado, deputado, pai de Maurício de Lacerda, prefeito de Vassouras e avô de Carlos Lacerda, o Corvo, todos símbolos do antigo prestígio latifundiário, escravista e da mentalidade conservadora, autoritária e golpista de muitos políticos com genealogia naquela região. O mesmo esquema familiar de reprodução com outras formas de nepotismo acontece no Brasil inteiro. Do quilombo de Manuel Congo e das antigas senzalas dos excluídos, em Paty do Alferes e Vassouras, a desigualdade social no Centro-Sul do Estado do Rio de Janeiro a tornou uma das regiões mais pobres e menos dinâmicas, depois de ter sido uma das regiões mais ricas do Brasil escravista do café. A responsabilidade do atraso também é de suas elites políticas e jurídicas, elites provenientes da classe dominante tradicional, socialmente originária do século XIX e de muito antes. A genealogia do ministro do STF Barroso mostra bem quais grupos e classes sociais históricas, quais interesses dominantes, deram o golpe de 2016-2018, para perseguirem modernas lideranças populares e atacarem a democracia com a sua nefasta ditadura judicial do "Antigo Regime", o poder arbitrário, discricionário e pessoal - Poderes sempre associados às velhas oligarquias políticas familiares e suas práticas bacharelescas, arcaicas, patrimonialistas, autoritárias, persecutórias e golpistas.
RCO



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