Guerras começam pela política e só terminam pela política
como reitera Clausewitz. A guerra na Síria poderia terminar com a vitória
militar total de um lado, o que parece difícil porque sempre que um grupo se
aproxima de desmantelar os outros ocorrem ainda mais intervenções externas.
Outra possibilidade poderia ser a iugoslavização na quebra do Estado Sírio e a
formação de outras unidades aprofundando dimensões etnonacionais. Ainda restam
possibilidades de formas autônomas e federativas entre os grupos alauítas, de
Assad, xiítas, os apoios do Irã e do Hezbollah, os sunitas na base do ISIS e
outros grupos com apoios da Arábia Saudita, wahabismo, minorias como os drusos,
turcomanos, assírios, curdos e outros grupos étnicos e religiosos. Todo Estado
Nacional mais estável se assenta em um núcleo duro etnonacional, o que hoje não
é o caso da Síria. Os interesses do complexo industrial-militar dos Estados
Unidos com Trump enfrentando derrotas na política interna, como na saúde da
Obamacare, forçam os Republicanos a procurarem as tradicionais guerras externas
para disfarçarem sua mediocridade e crescente falta de apoio doméstico, afinal
Trump tem todos os defeitos de Obama e muitos mais, além do que para o
capitalismo as guerras sempre são os melhores e mais lucrativos negócios. O
cenário muito provável é a guerra continuar delimitada entre os aliados da
Rússia e dos EUA, com as grandes potências nucleares evitando confrontos
militares diretos entre si. Guerras devem ser travadas até o seu fim político,
o que ainda está muito longe na Síria.
Ricardo Costa de Oliveira
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