domingo, 9 de abril de 2017



Guerras começam pela política e só terminam pela política como reitera Clausewitz. A guerra na Síria poderia terminar com a vitória militar total de um lado, o que parece difícil porque sempre que um grupo se aproxima de desmantelar os outros ocorrem ainda mais intervenções externas. Outra possibilidade poderia ser a iugoslavização na quebra do Estado Sírio e a formação de outras unidades aprofundando dimensões etnonacionais. Ainda restam possibilidades de formas autônomas e federativas entre os grupos alauítas, de Assad, xiítas, os apoios do Irã e do Hezbollah, os sunitas na base do ISIS e outros grupos com apoios da Arábia Saudita, wahabismo, minorias como os drusos, turcomanos, assírios, curdos e outros grupos étnicos e religiosos. Todo Estado Nacional mais estável se assenta em um núcleo duro etnonacional, o que hoje não é o caso da Síria. Os interesses do complexo industrial-militar dos Estados Unidos com Trump enfrentando derrotas na política interna, como na saúde da Obamacare, forçam os Republicanos a procurarem as tradicionais guerras externas para disfarçarem sua mediocridade e crescente falta de apoio doméstico, afinal Trump tem todos os defeitos de Obama e muitos mais, além do que para o capitalismo as guerras sempre são os melhores e mais lucrativos negócios. O cenário muito provável é a guerra continuar delimitada entre os aliados da Rússia e dos EUA, com as grandes potências nucleares evitando confrontos militares diretos entre si. Guerras devem ser travadas até o seu fim político, o que ainda está muito longe na Síria.

Ricardo Costa de Oliveira

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