terça-feira, 14 de dezembro de 2010

MUSÉE DES BEAUX ARTS

Acerca do sofrimento, nunca se enganaram

Os Velhos Mestres: quão bem entenderam

A condição humana; como está presente

Enquanto os demais comem ou abrem uma janela ou seguem monotonamente a caminhar;

Como, enquanto os velhos esperam reverente e apaixonadamente

Pelo miraculoso nascimento, deve sempre haver

Crianças que não queriam especialmente que acontecesse, patinando

Num lago na orla da floresta:

Eles nunca esqueceram

Que até o mais terrível martírio tem que seguir o seu curso,

A um canto, custe o que custar, nalgum local descuidado

Onde os canídeos acorrem com suas vidas de cão, e o cavalo do torturador

Coça o seu inocente traseiro atrás de uma árvore.

No Ícaro de Brueghel, por exemplo: como tudo se afastaOciosamente do desastre; o lavrador poderá

Ter ouvido o splash, o grito desamparado,

Mas para ele não era um importante fracasso; o sol brilhou

Como devia sobre as pernas brancas que desapareceram na verde

Água; e o frágil e grandioso navio que deve ter visto

Algo de espantoso, um rapaz caindo do céu,

Tinha um destino para atender e afastou-se calmamente.

W.H Auden

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