"O modelo brasileiro de desenvolvimento da última
década ia bem obrigado.
Um conjunto de programas econômicos e sociais, como a
elevação do salário mínimo, ampliação das aposentadorias, transferências para
as famílias mais pobres, expansão da educação e dos serviços de saúde, amplos
investimentos em infraestruturas e outros programas ampliaram a demanda para as
empresas, o que por sua vez, além de gerar produtos, gerou mais de 10 milhões
de empregos formais, ampliando ainda mais a demanda – levando ao chamado
“círculo virtuoso” de crescimento: dinamizou-se a economia, ao mesmo tempo que
se respondia às necessidades reais da população, priorizando quem mais precisa.
E como uma economia mais dinâmica gera mais recursos
públicos, foi possível equilibrar o financiamento do conjunto, inclusive as
políticas sociais e redistributivas.
Este esquema funciona, e não somente aqui.
Funcionou na Coreia do Sul que realizou um milagre com forte
participação estatal nos investimentos e redução da desigualdade, como
funcionou também nos “30 anos de ouro” do pós-guerra na Europa da socialdemocracia,
e nos EUA do New Deal, até ser travado nos anos 1980 pela onda ideológica
neoliberal.
O mais importante que temos de entender é que a economia
deve sim responder às necessidades da população, e o Estado deve ser um
articulador importante.
Mas a apropriação privada da política travou o
sistema."
LADISLAU DOWBOR, via Rodrigo Jardim Rombauer
Nenhum comentário:
Postar um comentário