A partir de 27 de junho de 1942, nas caixas de correio de
grandes cidades do sul da Alemanha e da Áustria, começaram a ser distribuídos
panfletos contra o regime nazista pelo movimento de resistência "Rosa
Branca".
Os irmãos Hans e
Sophie Scholl fundaram o movimento de resistência Rosa Branca
Hans e Sophie Scholl, fundadores do movimento de resistência
Rosa Branca
O Rosa Branca (Weisse Rose), atuante em Munique e em
Hamburgo, foi o movimento de resistência de jovens alemães mais conhecido
durante o Terceiro Reich. Seu núcleo era formado por universitários de 21 a 25
anos de idade, entre ele os irmãos Hans e Sophie Scholl, Alexander Schmorell,
Willi Graf e Christoph Probst.
Os panfletos, que começaram a ser distribuídos nas caixas de
correio de intelectuais dos grandes centros na Baviera e na Áustria, condenavam
a resistência passiva contra a guerra e a opressão intelectual pelos nazistas.
Os textos revelavam o alto nível cultural de seus redatores e apelavam a
valores religiosos.
Nos quatro primeiros panfletos, distribuídos entre 27 de
junho e 12 de julho de 1942, foram usados em profusão trechos apocalípticos da
Bíblia. Os dois últimos folhetos, entretanto, tiveram um estilo completamente
adverso. Em linguagem direta, apresentavam planos concretos para a Alemanha
pós-guerra, dirigindo-se a todas as camadas da população.
Primeira derrota chocou a população alemã
A morte de 300 mil alemães na batalha de Stalingrado, em
fevereiro de 1943, representou uma reviravolta na Segunda Guerra Mundial. A
primeira derrota alemã alimentou a resistência em todas as cidades europeias
ocupadas pelos nazistas e ao mesmo tempo chocou a população do país.
Willi Graf, Alexander Schmorell e Hans Scholl passaram a
noite pichando Abaixo Hitler e Liberdade nas paredes da universidade e de
prédios vizinhos. O grupo Rosa Branca aproveitou a ocasião, publicando um novo
panfleto. A estratégia era redigir os textos em máquinas de escrever, copiá-los
e enviá-los pelo correio a partir de cidades diferentes.
Descobertos enquanto depositavam suas mensagens nos
corredores do prédio principal da Universidade de Munique, os irmãos Hans e
Sophie Scholl foram presos pela Gestapo, a polícia política de Hitler.
Junto com Christoph Probst, foram julgados no dia 22 do
mesmo mês. Em pouco mais de três horas de julgamento, foram condenados à morte
e executados no mesmo dia. Os demais membros do grupo de resistência Rosa
Branca de Munique foram executados após julgamentos sumários, entre abril e
outubro de 1943.
Mais indignação que ideologia
O objetivo dos panfletos era abalar a confiança dos alemães
no Führer, despertar ao menos um mínimo de dúvidas sobre a veracidade da
propaganda feita pelo regime e alimentar eventuais células de resistência no
próprio povo alemão. O movimento surgiu menos de uma ideologia política e mais
da indignação com a forma como os alemães aceitavam o nazismo e a guerra feita
em seu nome.
A coragem dos membros do Rosa Branca ficou conhecida em toda
a Alemanha ainda no decorrer da Segunda Guerra. O escritor Thomas Mann
reconheceu seus méritos publicamente, num pronunciamento transmitido pela BBC
no dia 27 de junho de 1943. Reproduções do último panfleto da resistência
estudantil, feitas na Inglaterra, foram jogadas pelos aviões britânicos sobre
território alemão.
Durante o segundo semestre de 1943, a Gestapo descobriu em
Hamburgo um grupo de resistência que divulgava os panfletos do movimento de
Munique. Dos 50 participantes, oito universitários foram condenados à morte: Hans
Konrad Leipelt, Greta Rothe, Reinhold Meyer, Frederick Gaussenheimer, Käte
Leipelt, Elisabeth Lange, Curt Ledien e Margarete Mrosek.
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