Numa carta, Maquiavel disse o seguinte: “Basta ler O
Príncipe para perceber que nos quinze anos que me dediquei aos assuntos do
Estado nem dormi nem brinquei”. O que tiro desta frase é que Maquiavel, quando
foi secretário de Estado, não via seu trabalho como um passatempo e parece ter
procurado fazer seu melhor. Ele parece ter aproveitado o máximo sua experiência
para aprender e procurar melhorar.
Numa leitura do livro Introdução à Teoria do Conhecimento,
de Dan O’Brien, leio um trecho que me fez lembrar a frase de Maquiavel. Pois
percebi a preocupação do autor em procurar um jeito de ensinar por um caminho
mais sólido. E provavelmente isso ocorreu por suas experiências em sala de
aula.
Aqui vai o trecho:
“… dei-me conta de que começar com o cepticismo pode promover
um certo tipo de atitude pouco construtiva. Se nos deixarmos persuadir pelos
argumentos cartesianos — e não conseguirmos encontrar uma maneira de os rebater
—, correremos o risco de não levar a teoria do conhecimento a sério: ‘Se não
podemos aceder ao conhecimento, então, qual o interesse em estudar tal noção?’
Neste livro, no entanto, iremos investigar conceitos como percepção, testemunho
e justificação num sentido que nos permita ver como eles fundamentam o
conhecimento, um conhecimento que se presume possuirmos. À medida que formos
progredindo no livro, as preocupações cépticas começarão a insinuar-se,
assumindo plena expressão na parte IV. Por esta altura, no entanto, teremos
adquirido uma concepção rica das noções epistemológicas relevantes, o que nos
permitirá não só compreender melhor o cepticismo, como descobrir a melhor
maneira de o contrariar”. (p. 29)
Referências:
Dicionário dos Filósofos. Denis Huisman. Martins Fontes.
Introdução à Teoria do Conhecimento. Dan O’Brien. Gradiva.
Critica Lógica
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