sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Liberalismo, igualitarismo, direita, esquerda, individualismo…



A confusão sobre as perspectivas políticas nunca foi tão grande. É natural que isso ocorra, pois tem surgido na história cada vez mais posições ou matizes de posições já existentes. Tentarei fazer um breve quadro destas posições.

A direita é a perspectiva política que acredita que a natureza humana é ruim. Por essa razão, são conservadores. Dado a nossa natureza, não devemos nos aventurar em novas práticas e valores e devemos tomar os devidos cuidados para evitar que a sociedade vire uma guerra de todos contra todos.

A esquerda é a perspectiva política que acredita que a natureza humana é boa. Em vista disso, são progressistas. Dado a nossa natureza, podemos aceitar novas práticas e valores sem prejuízo para o desenvolvimento da sociedade.

Liberalismo é a perspectiva política que acredita que o valor fundamental de uma sociedade é a liberdade individual. Essa é a liberdade onde se permite a cada pessoa decidir sobre aquilo que diz respeito somente a ela.

Igualitarismo é a perspectiva política que acredita que o valor fundamental de uma sociedade é a igualdade em bens sociais. Essa igualdade é a oportunidade aos bens próprios de uma sociedade (aqueles que só existem dentro e por causa de uma sociedade) para todas as pessoas.
Individualismo é a perspectiva política que defende que os direitos pessoais estão acima dos direitos comuns, como, por exemplo, o direito de não estudar está acima do direito de estudar.
Comunitarismo é a perspectiva política que defende que as práticas e ideais comuns estão acima dos direitos pessoais. Neste caso, os direito à educação pode se encaixar como ideal comum.

Há ainda outras posições, mas estas são hoje as centrais. É importante notar também que as posições citadas não são únicas, ou seja, não há apenas uma concepção de direita ou uma só igualitarista. Há graduação nestas posições, podendo, por exemplo, ser de esquerda mais radical (comunista, que é diferente de comunitarista) ou mais central (socialista). Além do mais, uma vez que não são incompatíveis, pode-se ser um liberalista de esquerda ou um igualitarista de direita; um liberalista de direita individualista ou um liberalista de esquerda comunitarista. O que se deve evitar são inconsistências. Por exemplo, dizer que é um liberalista e não aceitar o aborto sobre qualquer circunstância. Pois estaria violando o princípio liberal.

Referências:

Filosofia moral e política. Paul Smith. Madras.
Filosofia. (Org.) Pedro Galvão. Edições 70.
Introdução à filosofia política. Jonathan Wolf. Gradiva.
Janelas para a filosofia. Desidério Murcho e Aires Almeida. Gradiva.

Justiça. Michael Sandel. Civilização Brasileira.

Thiago Melo

Critica Lógica

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