domingo, 14 de dezembro de 2014

Sobre geopolítica

Thomas de Toledo:


Da forma que as coisas estão caminhando, não dá mais para esconder que o maior problema do planeta chama-se imperialismo dos Estados Unidos com seus sócios menores europeus e Israel. No Oriente Médio já destruíram o Iraque, o Líbano, estão destruindo a Síria e o pouco que restou da Palestina. Na África, destruíram a Líbia, a Tunísia, a Somália, a Costa do Marfim, Serra Leoa, Mali e ainda estão tentando destruir o Egito. Na Europa destruíram a Iugoslávia e suas ex-repúblicas e operam para fazer o mesmo com países vizinhos à Rússia, como fizeram com a Geórgia e agora fazem com a Ucrânia. Vale ainda mencionar que na América Latina trabalham pela destruição da Colômbia e da Venezuela, e operam golpes de Estado no Brasil e na Argentina. Ou seja, fazem de tudo para impor regimes fantoches que obedeçam às ordens imperiais e aqueles que resistem são chamados de "terroristas", "ditadores", "eixo do mal" e tantos outros termos fantasiosos para justificar mais uma nova agressão. Vejam o exemplo da Rússia: bastou Putin ajudar a Síria a lutar contra mercenários estrangeiros que já foi elevado à categoria de pior demônio do mundo (título que outrora foi emprestado a Assad, Kaddaffi, Saddam e por aí vai). O fato é que hoje, o conglomerado EUA-União Europeia-Israel trabalha por uma Segunda Guerra Fria ou Terceira Guerra Mundial e por isto atacam a Rússia e a China e financiam movimentos direitistas no Brasil. Fazem isto por uma coisa muito simples: o BRICS propõe uma nova arquitetura financeira global na qual se substitua o artificial dólar como reserva de valor. Mas se alguém ainda acha que essa guerra não há lado bom, lembrem-se de uma coisa muito simples: os Estados Unidos defendem uma ordem mundial unipolar na qual eles mandam e outros obedecem. O BRICS defende uma ordem multipolar na qual haja diversos polos de poder e as decisões internacionais sejam tomadas de acordo com os princípios da Carta da ONU. Na prática, quem muito fala em democracia defende na verdade uma ditadura militar planetária. E quem é acusado de "apoiar ditaduras" é quem luta por um mundo mais democrático nas relações internacionais, respeitando a soberania e autodeterminação dos povos.

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