"Religião! Eu admito a vida eterna e talvez a tenha
admitido sempre. Vamos que a consciência seja inflamada pela vontade de uma
força superior, que a consciência olhe para o mundo e diga: ‘Eu existo’ - e que
de repente essa força superior lhe tenha prescrito destruir-se, porque lá isso
é muito necessário para algo - e até sem explicações para quê -, que eu admito
tudo isso, no entanto lá vem outra vez a eterna pergunta: nesse caso, para que
se faz necessária minha resignação? Será que não podem simplesmente me devorar,
sem exigir de mim o elogio àquele que me devorou?"
- Fiódor Dostoiévski, O Idiota, p. 464. Tradução de Paulo
Bezerra.
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