"Podemos dizer que a tarefa do poeta, como poeta, é
apenas indireta com relação ao seu povo: sua tarefa direta é com sua língua,
primeiro para preservá-la, segundo para distendê-la e aperfeiçoá-la. Ao
exprimir o que outras pessoas sentem, também ele está modificando seu
sentimento ao torná-lo mais consciente; ele está tornando as pessoas mais
conscientes daquilo que já sentem, e por conseguinte, ensinando-lhes algo mais
sobre si próprias. Mas o poeta não é apenas uma pessoa mais consciente do que
as outras; é também individualmente distinto de outra pessoa, assim como de
outros poetas, e pode fazer com que seus leitores partilhem conscientemente de
novos sentimentos que ainda não haviam experimentado. Essa é a diferença entre
o escritor que é apenas excêntrico ou louco e o autêntico poeta. Aquele
primeiro pode ter sentimentos que são únicos, mas que não podem ser
partilhados, e que por isso são inúteis; o último descobre novas variantes da
sensibilidade das quais os outros podem se apropriar. E, ao expressá-las,
desenvolve e enriquece a língua que fala."
T. S. Eliot
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