sábado, 8 de dezembro de 2012

A arte dos neurônios



Em 1906, Santiago Ramón y Cajal recebeu o prëmio Nobel de Medicina.
Ele quis ser pintos.
Seu pai não deixou, e ele não teve outro remédio a não ser se transformar no cientista espanhol mais importante de todos os tempos.
Se vingou desenhando o que descobria. Suas paisagens do cérebro competiam com MIró, com Klee:
- O jardim da neurologia oferece emoções artísticas incomparáveis - costumava dizer.
Ele desfrutava explorando os mistérios do sistema nervoso, e mais ainda desfrutava desenhando-os.
E mais ainda, inda ais, desfrutava dizendo a viva voz o que pensava, sabendo que isso lhe iria produzir mais inimigos que amigos.
Às vezes, perguntava, surpreso:
- Vocë não tem inimigos? Como não? Será porque vocë jamais disse a verdade e jamais amou a justiça?

 Galeano - 8 de dezembro

Nenhum comentário: