"É aqui que entra a actividade «crítica» da filosofia.
A filosofia recusa-se a aceitar qualquer crença que as provas experimentais e o
raciocínio não mostrem que é verdadeira. Uma crença que não possa ser
estabelecida por este meio não é digna da nossa fidelidade intelectual e é
habitualmente um guia incerto da acção. A filosofia dedica-se, portanto, ao
exame minucioso das crenças que aceitámos acriticamente de várias autoridades.
Temos de nos libertar dos preconceitos e emoções que muitas vezes obscurecem as
nossas crenças. A filosofia não permitirá que crença alguma passe a inspecção
só porque tem sido venerada pela tradição ou porque as pessoas acham que é
emocionalmente compensador aceitar essa crença. A filosofia não aceitará uma
crença só porque se pensa que é «simples senso comum» ou porque foi proclamada
por homens sábios. A filosofia tenta nada tomar como «garantido» e nada aceitar
«por fé». Dedica-se à investigação persistente e de espírito aberto, para
descobrir se as nossas crenças são justificadas, e até que ponto o são. Deste
modo, a filosofia impede-nos de nos afundarmos na complacência mental e no
dogmatismo em que todos os seres humanos têm tendência para cair."
- Jerome Stolnitz
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