Na primeira fase da campanha eleitoral, o Paulo Guedes disse
que privatizaria todas as estatais. Logo em seguida, depois das pesquisas
apontarem que a defesa das privatizações não agradava a maioria do eleitorado,
o Bolsonaro foi à publico desmentir e dizer que não privatizaria empresas
públicas como o BB e a Caixa, por serem estratégicas. Foi o bastante para uma
parte significativa dos funcionários destes bancos, contaminados pelo
antipetismo, se alvoroçassem para defender o candidato do PSL. Nas redes sociais,
as matérias publicadas pelos sindicatos alertando sobre o plano do Bolsonaro
para o BB e a Caixa foram hostilizadas por empregados eleitores do Bolsonaro,
que diziam: "mentira, ele não vai privatizar, já afirmou isso".
Tolos. Agora, antes mesmo da posse, a verdade vem à tona: "A orientação é
eficiência, enxugamento e privatizar o que for possível", disse o Rubem
Novaes, futuro presidente do BB, após reunião com a equipe de transição.
"Privatizar o que for possível" significa, na prática, vender o
"filé mignon" das empresas. Esse é o plano das corporações que
atuaram nos bastidores e agora assumirão o comando do futuro governo.
Inclusive, será uma continuidade do governo Temer, como os acordos e nomeações
deixam evidente. O Bolsonaro? Continuará sendo a caricatura para animar uma
plateia de patetas. Os funcionários do BB e da Caixa? Serão tão descartáveis
quanto os de todas as empresas privatizadas. Nós avisamos. Agora, espero que
entendam o que está no horizonte e se posicionem corretamente ao lado dos sindicatos
na defesa dos bancos, porque, do contrário, continuarão como coveiros de seu
próprio futuro.
Do André Machado
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