quarta-feira, 27 de junho de 2018

Luiz Edson Fachin nunca mudou


Para quem estuda há muitos anos a política paranaense, o judiciário e a UFPR, posso afirmar que Luiz Edson Fachin nunca mudou, sempre foi a mesma coisa e a sua trajetória pode ser explicada pela sociologia de mais um "parvenu" oportunista dentro das nossas instituições pré-modernas, atrasadas, patrimonialistas e repletas de poderes pessoais arbitrários. Como já demonstramos em várias pesquisas e comunicações, o sistema judicial e todas as outras instituições políticas no Paraná e no Brasil são formadas e atravessadas por fortes interesses familiares, não basta analisar apenas um ator, mas sempre devemos investigar as famílias e suas inserções políticas dentro dos diversos campos. O judiciário é uma atividade essencialmente política e só sobe no campo quem tem o "pedigree" certo, ou então porque trilha certas regras de interesse e atende às suas expectativas fisiológicas e corporativistas. O Fachin pretendeu ser de "esquerda" quando foi conveniente para subir na carreira e agora é de "direita" ao sabor das oportunidades do campo político-jurídico em que está inserido. Para quem tem uma esposa desembargadora pelo quinto constitucional no Tribunal de Justiça do Paraná, para quem tem um escritório de advocacia na família, conexões empresariais da filha com a família do genro na empresa de carnes dos célebres irmãos Batista, o jogo político está entendido. Fachin se tornou a ponta superior do golpe e do arbítrio autoritário e discricionário dos interesses persecutórios da farsa a jato no STF. Não vão conseguir destruir a democracia na prisão política de exceção de Lula, sem provas, só mantida pelas chicanas e atos institucionais arbitrários destes magistrados oportunistas de direita. Não destruirão as garantias constitucionais. A consequência política dos juristas paranaenses da farsa a jato foi a instrumentalização política da justiça, o aparelhamento do judiciário promovendo o aumento da crise e da rapina na existência e proteção dos governos extremamente corruptos em Brasília, com Temer e quadrilhas, e em Curitiba, com Beto Richa e asseclas, agora em fim de ciclo e fim de jogo. A democracia sempre é o melhor detergente para estes esquemas farsantes e por isso temem tanto as livres eleições com Lula !
RCO

terça-feira, 26 de junho de 2018

No Brasil, a autorregulamentação publicitária é ineficiente


20/07/2011



Artigo comenta os desrespeitos do Conar em relação às propagandas destinadas ao público infantil e a falta de eficiência da autorregulamentação da publicidade

Por Gabriela Vuolo



As propostas de regulação da publicidade dirigida ao público infantil têm sido amplamente debatidas por representantes dos poderes Executivo e Legislativo junto com mercado, movimentos sociais e instituições que defendem os direitos das crianças frente às relações de consumo.  De alguns anos para cá, essa discussão avançou bastante no Brasil com proposições como o Projeto de Lei 5.921/2001, que tramita na Câmara Federal, seguindo uma tendência mundial em busca de regras claras para proteger crianças menores de 12 anos dos apelos comerciais.

Em muitas democracias consolidadas a regulação da publicidade já se deu de diversas formas. Na Suécia, por exemplo, é proibido direcionar esse tipo de mensagem para crianças menores de 12 anos. Na Inglaterra, a publicidade de alimentos com alto teor de açúcar, sódio e gorduras é vetada durante programação focada em um público menor de 16 anos. Até os EUA, berço da sociedade de consumo, impõe restrições para esse assunto.

Porém, no Brasil, o mercado publicitário, apoiado pelos conglomerados de comunicação e pelas empresas anunciantes, resiste a qualquer tipo de política pública que tenha como objetivo criar regras para a atividade da comunicação mercadológica. O primeiro argumento contrário às tentativas de regulação é o medo da censura. O segundo é que a autorregulamentação seria suficiente para zelar pela ética na publicidade.

Falar em censura quando na realidade se quer garantir a proteção da criança é no mínimo uma distorção. Impor restrições aos abusos não é censurar. Anunciar brinquedos, alimentos, celulares e até carros para crianças fere o próprio Código de Defesa do Consumidor, que trata como abusiva (e portanto ilegal) a publicidade que se aproveita da vulnerabilidade infantil. Toda criança está em processo de desenvolvimento e não tem o senso crítico formado para compreender o caráter persuasivo da publicidade.

Assim, a atuação do mercado deve ter limites no momento em que ameaça ferir direitos que estão acima das relações comerciais — como é o caso dos direitos das crianças, consideradas prioridade por nossa Constituição Federal.

Já as iniciativas de autorregulamentação são muito importantes, especialmente para a solução de conflitos de concorrência e para estabelecer modelos corporativos de responsabilidade socioambiental. Mas claramente não são suficientes para defender temas de interesse público, como coibir os abusos do mercado. Temos dois exemplos recentes que comprovam essa tese.

No fim de junho, um parecer do Conar (Conselho de Autorregulamentação Publicitária) sobre uma denúncia feita pelo Instituto Alana contra uma campanha do McDonald’s causou perplexidade. O teor do parecer, assinado por um conselheiro do Conar e acolhido por unanimidade por duas câmaras da entidade, debochou do Alana com frases como  “bruxa Alana, que odeia criancinhas” e “bruxa Alana — antroposófica, esverdeada e termogênica”. O documento ainda desconsiderou iniciativas relevantes no cenário da autorregulamentação ao se eximir de avaliar o descumprimento da empresa denunciada ao seu próprio Código de Ética e ao acordo assinado junto com outras 23 empresas do setor de alimentos para restringir publicidade para crianças menores de 12 anos.

O parecer do Conar também satirizou a preocupação do Alana com os altos índices de obesidade infantil no país, que já atinge 15% das crianças. O relator limitou-se a dizer: “Da mesma forma que Suécia e Dinamarca tem por base evitar que suas crianças de olhos azuis fiquem gordinhas, o Brasil tem por base acabar com a desnutrição dos nossos meninos moreninhos”. Além de ser preconceitusa e lamentável, a declaração ignora por completo o impacto da publicidade de alimentos no problema da obesidade.

O episódio levou o Instituto Alana a cortar relações institucionais com o Conar, não reconhecendo mais a entidade como um representante legítimo na fiscalização da ética na publicidade. A gravidade do caso fez com que o Conar reabrisse a denúncia do Alana, prometendo dessa vez uma avaliação mais séria. Já é tarde. A falta de compromisso e o deboche não atingiram só o Alana e sim todos os cidadãos que também defendem o não direcionamento da publicidade para o público infantil.

Outro exemplo da ineficiência da autorregulamentação é o não cumprimento desse acordo de autorregulamentação firmado por 24 empresas do setor de alimentos com a ABIA (Associação Brasileira da Indústria de Alimentos) e a ABA (Associação Brasileira dos Anunciantes). Assinado em 2009, o acordo prevê que essas empresas restrinjam a publicidade de produtos com alto teor de açúcar, gorduras e sódio para crianças menores de 12 anos. As empresas deveriam se adequar às regras até janeiro de 2010. No entanto,  até março daquele ano apenas 7 das 24 empresas haviam cumprido os prazos.

Os argumentos de censura e liberdade de atuação simbolizam a mentalidade empresarial que ainda impera no país. Embora tenham se empenhado em assimilar o discurso da responsabilidade socioambiental nas ações de marketing, as empresas colocam o ganho financeiro como prioridade absoluta, mesmo que para isso tenham que abrir mão da ética e muitas vezes passar por cima de direitos.

Está na hora de mudar e de uma vez por todas entender que a democracia se faz com discussões de igual para igual. E não com manipulação de informação.


Gabriela Vuolo é coordenadora de Mobilização do Projeto Criança e Consumo, do Instituto Alana

Fonte : Caros Amigos



quarta-feira, 20 de junho de 2018


"O lugar insignificante que ocupo é tão minúsculo em comparação com o resto do espaço em que não estou e onde não se importam comigo. A parcela de tempo que hei de viver é tão ridícula em face da eternidade, onde nunca estive e nunca estarei... Neste átomo, neste ponto matemático, o sangue circula, o cérebro trabalha e quer alguma coisa... Que estupidez! Que inutilidade!"

Turgueniev, "Pais e filhos'

terça-feira, 19 de junho de 2018

Cinzas dos corações



Projeção e tenro sabor
Ao sul

Como dialética
Ferve, serve e dispõe
O que sonha,
Sonhara

Prenhe de sonhos
Dilacera o ventre ao dar
A luz, douta besta onírica

E reverbera a matiz

Chora, ora, hora sim,
Hora talvez

Não, semiótica ou
Semântica sintática
Porque errática literatura
Sem revez

"Não voltarei ao centro
De mim"

Serei como o vento
Outra vez
ACM


Oferta de nuvens




Semente de dor plantada
Em solo de clichês

E tanto e dias em novelos
Que com zelo ou sem zelo
Nasce ao sul

Uma nau de mistério
Em meu olhar, dualidade
Não "global".

Aos ventos as manhãs
Eleutérias por horizontes
De sudoreses não sensuais

Refizeram-me bolos torpes
Ou não

Que ao meu verso a cadência
Latente
Sigo em frente

Sou.
ACM

terça-feira, 12 de junho de 2018

La mendiga de Locarno



Heinrich von Kleist

En Locarno, en la Italia superior, al pie de los Alpes, se hallaba un palacio antiguo perteneciente a un marqués, y que en la actualidad, viniendo del San Gotardo, puede verse en ruinas y escombros: un palacio con grandes y espaciosas estancias, en una de las cuales antaño fue alojada por compasión, sobre un montón de paja, una vieja mujer enferma, a la que el ama de llaves encontró pidiendo limosna ante la puerta. El marqués, que al volver de la caza entró casualmente en la estancia donde solía dejar los fusiles, ordenó malhumorado a la mujer que se levantase del rincón donde estaba acurrucada y que se pusiese detrás de la estufa. La mujer, al incorporarse, resbaló con su muleta y cayó al suelo, de forma que se golpeó la espalda. A duras penas pudo levantarse y, tal como le habían ordenado, salió de la habitación, y entre ayes y lamentos se hundió y desapareció detrás de la estufa.
Muchos años después en que el marqués, debido a las guerras y a su inactividad, se encontraba en una situación precaria, un caballero florentino se dirigió a él con la intención de comprar el palacio, cuya situación le agradaba. El marqués, que tenía gran interés en que la venta se efectuase, ordenó a su esposa que alojara al huésped en la ya mencionada estancia vacía, que estaba muy bien amueblada. Pero cuál no sería la sorpresa del matrimonio cuando el caballero, a media noche, pálido y turbado, apareció jurando y perjurando que había fantasmas en la habitación y que alguien invisible se movía en un rincón de la estancia, como si estuviese sobre paja, y que se podían percibir pasos lentos y vacilantes que la atravesaban y cesaban al llegar a la estufa, entre ayes y lamentos.

El marqués quedó aterrado; sin saber por qué, se echó a reír con una risa forzada y dijo al caballero que, para mayor tranquilidad, pasaría la noche con él en la habitación. Pero el caballero suplicó que le permitiese dormir en un sillón en su alcoba, y cuando amaneció mandó ensillar, se despidió y emprendió el viaje.

Este suceso, que causó sensación, asustó mucho a los compradores, lo que incomodó extraordinariamente al marqués, tanto así que incluso entre los moradores del castillo se propagó el absurdo e incomprensible rumor de que eso sucedía en la estancia a las doce de la noche, por lo cual decidió él mismo terminar con la situación e investigar en persona la próxima noche. Así, pues, nada más empezar a atardecer, ordenó que le pusieran la cama en la susodicha estancia y permaneció sin dormir hasta la media noche. Pero cuál no sería su impresión cuando al sonar las campanadas de medianoche percibió el extraño murmullo; era como si un ser humano se levantase de la paja, que crujía, y atravesase la habitación, para desaparecer tras la estufa entre suspiros y gemidos.

A la mañana siguiente, la marquesa, cuando él apareció, le preguntó qué tal había transcurrido todo; y como él, con mirada temerosa e inquieta, después de haber cerrado la puerta, le asegurase que era cosa de fantasmas, ella se asustó como nunca se había asustado en su vida y le suplicó que antes de hacer pública la cosa volviese a someterse, y esta vez con ella, a otra prueba. Y, en efecto, la noche siguiente, acompañados de un fiel servidor, escucharon el rumor extraño y fantasmal: y sólo obligados por el intenso deseo que sentían de vender el castillo, supieron disimular ante el sirviente el espanto que les poseía, atribuyendo el suceso a motivos casuales y sin importancia alguna. Al llegar la noche del tercer día, ambos, para salir de dudas y hacer averiguaciones a fondo, latiéndoles el corazón, volvieron a subir las escaleras que les conducían a la habitación de los huéspedes, y como se encontraron al perro ante la puerta, que se había soltado de la cadena, lo llevaron consigo con la secreta intención, aunque no se lo dijeron entre sí, de entrar en la habitación acompañados de otro ser vivo.

El matrimonio, después de haber depositado dos luces sobre la mesa, la marquesa sin desvestirse, el marqués con la daga y las pistolas, que había sacado de un cajón, puestas a un lado, hacia eso de las once se tumbaron en la cama; y mientras trataban de entretenerse conversando, el perro se tumbó en medio de la habitación, acurrucado con la cabeza entre las patas. Y he aquí que justo al llegar la media noche se oyó el espantoso rumor; alguien invisible se levantó del rincón de la habitación apoyándose en unas muletas, se oyó ruido de paja, y cuando comenzó a andar: tap, tap, se despertó el perro y de pronto se levantó del suelo, enderezando las orejas, y comenzó a ladrar y a gruñir, como si alguien con paso desigual se acercase, y fue retrocediendo hacia la estufa. Al ver esto, la marquesa, con el cabello erizado, salió de la habitación, y mientras el marqués, con la daga desenvainada, gritaba: «¿Quién va?», como nadie respondiese y él se agitara como un loco furioso que trata de encontrar aire para respirar, ella mandó ensillar decidida a salir hacia la ciudad. Pero antes de que corriese hacia la puerta con algunas cosas que había recogido precipitadamente, pudo ver el castillo prendido en llamas. El marqués, preso de pánico, había cogido una vela y cansado como estaba de vivir, había prendido fuego a la habitación, toda revestida de madera. En vano la marquesa envió gente para salvar al infortunado; éste encontró una muerte horrible, y todavía hoy sus huesos, recogidos por la gente del lugar, están en el rincón de la habitación donde él ordenó a la mendiga de Locarno que se levantase.

FIN



sexta-feira, 8 de junho de 2018

Pesquisadora investiga produção audiovisual da virada do séc. 19



Folha de S. Paulo - 28/1/2006 - por Cássio Starling Carlos


Descrever a produção audiovisual da virada do século 19 para o 20, analisar sua construção e interpretar o significado dessa prática e de seu consumo no conjunto sociocultural de então é a tarefa a que se dedicou a pesquisadora Flávia Cesarino Costa. O Primeiro Cinema - Espetáculo, Narração, Domesticação (Azougue Editorial, 255 pp., R$ 37) é o excelente resultado de seu trabalho, que consiste não só em decodificar os filmes para um olhar totalmente desacostumado. O livro reúne também uma suma das pesquisas, debates e posicionamentos teóricos que vêm sendo realizados desde os anos 70. Sem precisar tomar partido de um ou de outro dos principais teóricos (o americano Tom Gunning, o canadense André Gaudreault e o francês Noel Burch), a autora refaz o percurso de 1894 a 1908, período entre o advento do invento dos irmãos Lumière e de seus congêneres e o início de sua domesticação, ou seja, de consolidação de uma linguagem caracterizada por uma gramática relativamente uniformizada e capaz de ser compreendida e consumida por um público de massa. Antes disso, como ela mostra, predominam exercícios livres de pressões formais e jogos de invenção isentos da sobrecarga de alcançar o status de arte. 

Fonte : Publishnews
trecho

A arte do crime



Folha de S. Paulo - 28/1/2006 - por Julián Fuks

Alguns anos antes do meio do caminho de sua vida, Dante Alighieri se viu imbuído em resolver um mistério menos transcendental do que os que lhe eram habituais. Ainda não chegara a hora de atravessar o primeiro, o segundo ou o quinto dos Infernos, que dirá o Purgatório e o Paraíso. Mas fora assassinado um grande artista de Florença e cabia a ele, prior da cidade naquele ano de 1.300, desvendar as tramas e os dramas que o crime escondia. Não, não se trata da descoberta de uma empoeirada e antiga ata policial, tampouco das conclusões de algum novo e polêmico biógrafo. É ficção, mesmo, mais especificamente a que parte da profícua mente do escritor italiano Giulio Leoni, autor de Os Crimes do Mosaico (Planeta, 384 pp., R$ 39,90, trad. Gian Bruno Grosso), o primeiro, de quatro romances que tomam o sumo poeta italiano como detetive a chegar às livrarias brasileiras. A repercussão que o livro tem obtido, tornando-se best-seller na Itália e tendo seus direitos vendidos a 28 países, reflete o sucesso comumente alcançado pelos livros policiais. E um pacote deles está sendo lançado neste mês no Brasil, reunindo autores como o consagrado espanhol Manuel Vázquez Montalbán e o norte-americano John Dunning. 

Fonte : publishnews.
trecho

Variações sobre o livro e a internet



O Estado de S. Paulo - 28/1/2006 - por Miguel Reale*

Ouço, freqüentemente, que o futuro do livro está marcado pela sua próxima ou recente substituição pelo site da internet. Penso, ao contrário, que, por mais que se desenvolva esta, com o seu oceano de perguntas e de respostas, o livro continuará a existir na sua missão perene. É claro que a internet, com os milagres do computador, registrará os livros por inteiro, mas os substituirá por inteiro, não os anulando. Nada há de mais profundo e de criador do que uma nova idéia a gotejar na ponta de uma caneta. Por mais que o computador enriqueça a internet, o livro continuará sendo um ente essencial e necessário, exatamente por sua unidade sistemática, que é um valor autônomo. O mal da internet está, insisto, na falta de seleção do que informa, de maneira que o livro existe sempre como algo que foi trabalhado e armazenado. Sob esse ângulo, dir-se-ia que é através do livro que a internet consegue selecionar, não podendo, pois, desprezá-lo. Ou, por outras palavras, a mesma presteza informativa a internet precisa ter com os livros que ela registra. Restam muitos problemas a resolver a propósito do tema "internet/livro", bastando dizer que, com isso, se assegure o direito de autor, que corre o risco de desaparecer com a infinita projeção da internet. É inadmissível que o direito de autor não contenha o justo preço de uma idéia criadora, seja existente no plano das ciências ou das letras. Há quem sustente que com a internet deixa de haver direito de autor, o que me parece absurdo.


* Jurista, filósofo, membro da ABL


Fonte : publishnews

P.S. trecho