Uma das consequências mais nefastas para o Brasil com o
golpe é a grande anarquia e descontrole nas áreas da segurança e militar. O
gesto de delegado da polícia federal, candidato de um partido político
derrotado nas últimas eleições, ao querer destruir os equipamentos de som de
manifestação e cometer um crime na frente da mesma polícia, sem advertência e
prisão em flagrante, revela o pior momento das forças de segurança desde o
final da ditadura, quando a péssima imagem das instituições desmoralizava
totalmente seus ocupantes. No mesmo dia uma revista sensacionalista e de fake
news apresentava supostas informações de dentro da prisão política de Lula na
mesma polícia federal. A revista veja foi desmentida em nota oficial e como
sempre não acontecem consequências destes atos ilegais e mentirosos. Um general
da ativa que comenta medidas políticas do STF no twitter se afasta do regimento
disciplinar e da Constituição. Militares de pijama radicais de extrema direita,
sem maior cultura e sem votos, também não ajudam na imagem democrática do
setor. Como o crime é o social pela culatra, a grave crise social depois de
dois anos de desgoverno golpista mais uma vez revelou um grande número de
policiais mortos na semana. No Rio de Janeiro, ainda sob intervenção federal
militar fracassada, o assassinato de um capitão da pm foi o 40° do ano, com o
fechamento de várias vias e linhas de transporte, com várias outras mortes
sucedendo na Cidade de Deus. No Brasil inteiro o número de policiais mortos
cresce assustadoramente e o de civis também, como em Belém do Pará, com dezenas
de chacinados nas periferias. A grave crise social e a grave crise na segurança
pública só serão revertidas com o restabelecimento da plena legitimidade e
autoridade democráticas e pelo respeito das hierarquias legais derivadas
somente do poder soberano do voto emanado diretamente do povo brasileiro. Fora
isso só piora.
Ricardo Costa de Oliveira
Nenhum comentário:
Postar um comentário