A tarefa da sociologia em desconstruir a ideologia ingênua da
meritocracia e revelar conexões familiares e interesses de classe sempre
desmascara e desoculta as ideologias oficiais dos poderosos de plantão. Sérgio
Moro foi indicado pelo ex-reitor da Universidade de Maringá, Neumar Adélio
Godoy, para um dos primeiros empregos em escritório de advocacia de direito
tributário com Irivaldo de Souza, um dos principais na região de Maringá e
bastante envolvido com a política local. Neumar Godoy já apresentava conexões
familiares e pessoais com os pais de Sérgio Moro, Dalton e Odete, de acordo com
várias fontes. Neumar Godoy pode ter sido considerado um reitor no campo da
direita e mesmo no autoritarismo do final da ditadura. Em 1981 ocorreu um
episódio afastando universitários do DCE e o Deputado Federal, Heitor Furtado,
solicitou a destituição do reitor da UEM. Neumar Godoy também foi
posteriormente secretário municipal de Sílvio Barros o II. Muitas famílias do
poder político, no legislativo e no judiciário, sempre tentam ocultar decisivas
conexões profissionais e mesmo formas de nepotismos e indicações políticas, sob
a ideologia da meritocracia e de “pretensas origens simples e muito trabalho”,
mecanismos que os poderosos usam e abusam e que os periféricos e subalternos
não conseguem acesso quando procuram empregos e cargos. O livro clássico do
sociólogo Mark Granovetter - Getting A Job: A Study of Contacts and Careers já
demonstra que para se obter um “bom” emprego não basta o que um candidato
conhece, mas quem o candidato conhece ! O famoso network ou QI !
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