. Além dos graves
problemas do executivo e do legislativo, como o familismo, a corrupção e os
interesses privados, o corporativismo no judiciário é o pior dos três poderes.
Hoje mesmo observamos o STF, pelo ministro Lewandowski, rejeitar investigações
no documentado esquema da JBS para compra de decisões no STJ por meio da
advogada Renata Araújo, filha da desembargadora Maria do Carmo Cardoso. Também
hoje mais uma turma do STJ rejeitou mais um pedido de suspeição do juiz Moro
feito pela defesa de Lula, mesmo depois de inúmeras provas, evidências,
declarações, fotografias e interceptações telefônicas completamente ilegais e
reveladoras, o que desmoraliza ainda mais o judiciário, o legislativo e o
executivo golpistas, sempre protegendo os mais corruptos e réus confessos, como
Temer, Aécio e seus familiares e cúmplices menores na caricata República de
Bananas que se tornou o Brasil com esse bloco golpista no poder. Não existe nem
a propalada autonomia do direito burguês e nem do judiciário do Estado burguês
nessa conjuntura explicitamente golpista. A sociologia crítica explica os
flagrantes esbulhos e isenções porque boa parte dos juízes pertence à mesma
classe alta, a mesma elite hereditária da classe dominante tradicional, os
portadores de foros especiais, privilegiados e inimputáveis pelo sistema deles.
Somente ingênuos, desinformados e ideologicamente engambelados pensavam que um
juiz seria um herói republicano, um justiceiro meritocrático vindo e defendendo
uma classe média que nunca foi. Boa parte dos magistrados e ministros do
judiciário representam os interesses da classe alta, servem uma justiça
seletiva, corporativa e politicamente dirigida aos interesses de sua própria
classe dominante e de suas agendas políticas extorsivas. Tal como na análise de
outros componentes da elite brasileira, a hereditariedade é muito importante
para o núcleo duro do judiciário brasileiro, boa parte filhos e netos das altas
burocracias estatais e privadas, gente sempre no poder, com altos rendimentos e
acostumados às mordomias e aos privilégios nababescos dos que sempre viveram há
gerações, nas bolhas de privilégios estatais e privados dos poderes
estabelecidos do status quo dominante.
RCO
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