O temido dia seguinte após a liberação do Listão da
Odebrecht mostra que a montanha pariu o rato. A maior consequência imediata
deveria ser o afastamento sob suspeição, até para que possam se defender, dos 8
ministros do governo golpista de Temer denunciados, o que inviabilizaria as
reformas golpistas em crise no executivo. Eliseu Padilha, Moreira Franco,
Kassab, Aloysio Nunes, Bruno Araújo, Blairo Maggi, Barbalho e Marcos Antonio
Pereira deveriam sair se o protocolo mínimo democrático fosse aplicado, o que
não é o caso de um governo golpista, impopular e ilegítimo. Para a manipulação
da grande mídia oligárquico-familiar o ataque principal é contra Lula e depois
Dilma. Um dos telejornais abriu com a "imensa" quantia de 15 mil
Reais supostamente aplicados no tal sitiozinho popular, que nem está no nome ou
pertence a Lula, o que mais uma vez torna ridículas as acusações sem provas e a
notória e abjeta perseguição dos marajás do judiciário e mp contra o maior
líder popular brasileiro. As denúncias no legislativo misturam propinas
abertas, como a de Serra e muitos no PSDB, com outras doações legalizadas
oficialmente em campanhas. O Presidente do Senado Eunício Índio e o da Câmara,
Rodrigo Botafogo, membros de oligarquias familiares, também deveriam ser
afastados das presidências pelo protocolo não cumprido. Para os parlamentares
que não são petistas o caminho será a morosidade intencional do sistema
judicial e a prescrição, como sempre acontece nesses casos. Somente quadros do
PT são presos e o partido é o grande alvo da seletividade judicial, como praxe
do partidarismo dessas operações. O impacto prático do listão tende a ser muito
menor do que se imaginava e para os interesses de muitos na classe dominante,
cada vez mais desmoralizada, os golpes dentro do golpe estão chegando nos seus
limites finais já bastante confrontados pelas novas lutas populares, como a
greve geral marcada no dia 28 de abril. As denúncias da Odebrecht apenas
revelaram as entranhas do sistema político e a cultura da impunidade nas atuais
instituições políticas. Sem eleições diretas a credibilidade, o crescimento e a
legitimidade política não voltarão ao Brasil
RCO
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