Os negros só entraram na universidade pela primeira vez, nos
estados do sul dos Estados Unidos, em 1958, sob proteção policial, para não
serem linchados pelos estudantes brancos -- há fotos e filmes que registram
esse fato. Até meados da década de 1960, usavam banheiros separados dos brancos
e sentavam em lados diferentes no ônibus. Leis contra casamento e sexo
interraciais estiveram em vigor nos EUA a partir do século XVII até 1967. O
direito de voto para os negros só foi consolidado em 1965. Os negros recebiam
salários menores que os trabalhadores brancos e não tinham os mesmos direitos
políticos e sociais. No Brasil, a escravidão terminou há pouco mais de cem anos
(embora ainda haja trabalho escravo em fazendas como as de Ronaldo Caiado) e os
negros não receberam nenhuma reparação por séculos de cativeiro, tortura,
trabalho não-remunerado, abuso sexual e exclusão social. Antes da política de cotas,
os negros estavam praticamente excluídos da universidade e dos melhores postos
de trabalho -- pouco mais de cem anos não foi tempo suficiente para que eles
conseguissem a igualdade de direitos em relação aos brancos. Os
afrodescendentes são a maioria da população brasileira e garantir o seu pleno
direito de cidadania significa JUSTIÇA. Não exclui ninguém, nem brancos, nem
índios, nem orientais, apenas democratiza a sociedade brasileira.
Claudio Daniel
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