sexta-feira, 6 de junho de 2014

Diário Ontológico III

A vida dos livros não é uma expansão da vida do autor dos livros como pensam muitos por aí, no caso dos bons livros de poesia , que tudo indica serem escritos mais por um não-eu do que mediados pelo ego dos poetas, isto é mais evidente ainda, deve existir um além-nome de onde se originam os grandes poemas e passamos a vida intercambiando palavras a partir de um impessoal-abissal com este além-nome, com este não-eu que pode até ser o Daimon e as Musas ao mesmo tempo, ao mesmo interioridade-exterior do mundo e exterioridade-interior do ser dialogando através das linguagens...Tive uma vez um sonho com Jorge Luís Borges em que eu perguntava a ele o que ele sentia quando via seu nome na capa de um livro e ele me respondia : ' lo mismo que cuando se sueña con mi nombre en las lápidas'


Marcelo Ariel 

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