"Ideias exatas, expressas numa forma sóbria, não nos
interessam: o que nos encanta são emoções excessivas traduzidas com um grande
fausto plástico de linguagem.
Espíritos assim formados devem sentir necessariamente um
distanciamento por tudo o que é realidade, análise, experimento, certeza objetiva.
O que os atrai é a fantasia, sob todas as formas, desde a canção até a
caricatura; também em arte, somos sobretudo, líricos e satíricos. Ou ficamos
com os olhos voltados em direção às estrelas, deixando nossos corações
murmurar; ou, se lançamos um olhar para o mundo que nos rodeia, é para rir dele
com amargura. Somos homens de emoções e não de raciocício."
(Eça de Queirós, em carta que seria prefácio do Mandarim,
1884)
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