"Creio na bondade sem a garantia prévia da gratidão.
Sem que se assegure da memória devedora. Sem que se estabeleça, pelo ato
generoso, uma servidão vitalícia no beneficiado. Bondade paga-se no puro e
simples ato de sua realização. Como um fruto justifica a existência útil da
árvore. Bondade antevendo a recompensa é apólice de sociedade mutualista
rendendo do capital intocável do favor inicial. Os pássaros não são devedores
dos frutos e da água da fonte. Eles testificam, perante a natureza, a
continuidade da missão cultural."
- Câmara Cascudo, em "O Tempo e Eu", Natal:
UFRN/Imprensa Universitária, 1968.
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