"Sozinho" (Tradução de Adriano Nunes)
Sozinho
Do instante infante eu não fora
Como os outros - Não enxergara
Como os outros - Sequer trouxera
Paixões duma igual primavera -
Doutra origem eu conquistara
Minhas mágoas - Não despertara
Meu peito pra o prazer co' alinho -
Tudo amara e amara sozinho -
Portanto - na infância - na aurora
Da aflita vida desenhara
Do mal e bem a fossa infinda
O enigma que me atara ainda -
Dessa torrente, ou dessa fonte -
Do rubro báratro do monte -
Do sol que me houvera cercado
Pelo seu outono dourado -
Do relâmpago no céu alto
Quando por mim dera seu salto -
Do trovão e da tempestade -
Da nuvem que tomara de
(Quando o céu dera-se a brilhar)
Demônio a forma em meu olhar.
Edgar Allan
Poe: “Alone”
Alone
From
childhood’s hour I have not been
As others
were—I have not seen
As others
saw—I could not bring
My passions
from a common spring—
From the
same source I have not taken
My sorrow—I
could not awaken
My heart to
joy at the same tone—
And all I
lov’d—I lov’d alone—
Then—in my
childhood—in the dawn
Of a most
stormy life—was drawn
From ev’ry
depth of good and ill
The mystery
which binds me still—
From the
torrent, or the fountain—
From the
red cliff of the mountain—
From the
sun that ’round me roll’d
In its
autumn tint of gold—
From the
lightning in the sky
As it
pass’d me flying by—
From the
thunder, and the storm—
And the
cloud that took the form
(When the
rest of Heaven was blue)
Of a demon
in my view—
POE, Edgar Allan.
The Complete Poetry. With New Afterword by April Bernard. New York: Penguin,
2008, p. 65.
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