quarta-feira, 10 de julho de 2013

Graciliano Ramos


Graciliano Ramos é um escritor cujo engajamento aparece no texto. É de dentro para fora. Natural, portanto, ver em todas as mesas da FLIP que trataram de sua obra certo contexto mais político. De minha parte fiquei feliz. Embora não possa afirmar – e seria irresponsabilidade se o fizesse, que ele apoiaria os atuais protestos, creio em seu posicionamento. Provavelmente estaria do lado daqueles que pedem: educação, saúde, segurança e infraestrutura. Destilaria todo o seu humor sarcástico contra a corrupção. Afinal, integridade sempre foi seu lema. Tenho observado quando passeio entre as postagens uma parcela muito grande, em tom jocoso, desmerecendo o movimento que foi para as ruas. Sou pela normalidade institucional, considero o atual governo legítmo, afinal foi eleito democraticamente, mas não tampo o sol com a peneira. Há muita coisa errada e o povo está certo em se manifestar. Os movimentos nasceram nas redes sociais, com a desordem própria delas. O Facebook invadiu as calçadas do jeito que é. Segmentos mais e menos conscientes representados. O mundo agora é assim, não espera lideranças. Há muito a ser pensado. Um país que tem Renan Calheiros como presidente do Senado, Henrique Alves como presidente da Câmara, Marco Feliciano na Comissão dos Direitos Humanos, deve ser olhado com atenção. Mais uma vez tentando adivinhar o sentimento “graciliânico” acredito que estaria pessimista, como sempre. Seria o mais razoável ante o quadro atual.

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Ricardo Ramos Filho

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