segunda-feira, 22 de abril de 2013

partilha formal




Atravessar com o poema a pastoral dos desertos, o sacrifício às fúrias, o fogo bolorento das lágrimas. Correr atrás dele, implorar-lhe, injuriá-lo. Identificá-lo como sendo a expressão do nosso génio ou ainda o ovário esmagado da nossa penúria. Por uma noite irromper atrás dele, finalmente, nas núpcias da romã cósmica.


[Escrito por René Char/ Traduzido por Margarida Vale do Gato--
-- "Furor e mistério." Relógio d'Água Editores, 2000]

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