Entre
1811 e 1821, o volume anual de importação de ópio na China girava em torno de
4,5 mil pacotes de 15 quilos cada (67,5 toneladas). Esta quantidade
quadruplicou até 1835 e, quatro anos mais tarde, chegou a ponto de o país
importar 450 toneladas, ou seja, um grama para cada um dos 450 milhões de
habitantes da China na época.
A
Companhia Britânica das Índias Orientais mantinha intenso comércio com os
chineses, comprando chá e vendendo o ópio trazido da Índia. A droga chegou a
representar a metade das exportações britânicas para a China. O primeiro
decreto proibindo o consumo de ópio datou de 1800, mas nunca chegou a ser
respeitado.
Em 1839,
a droga ameaçava seriamente não só as finanças do país, como também a saúde dos
soldados. A corrupção grassava. Em 18 de março, o imperador lançou um novo
decreto, com um forte apelo à população.
Advertência
imperial
Papoula
fornece a matéria prima para o ópio
Através
de um panfleto, o governo advertiu sobre o consumo de ópio. As firmas
estrangeiras foram cercadas pelos militares, que em poucos dias apreenderam e
queimaram mais de 20 mil caixas da droga na cidade de Cantão.
Principal
atingido pela proibição, o Reino Unido decretou guerra contra a China no dia 3
de novembro de 1839. Nesta primeira Guerra do Ópio, em 1840, a Inglaterra
enviou uma frota militar à Ásia e ocupou Xangai.
As
previsões se confirmaram e os soldados, corroídos pela dependência, estavam
incapacitados de defender a China. Restou o apelo aos camponeses. O imperador
os incitou a atacar os invasores com enxadas e lanças. A única vantagem dos
chineses contra os bem-armados britânicos era a superioridade numérica. Mesmo
assim, perderam a guerra.
Derrotada,
a China assinou o Tratado de Nanquim, em 1842, pelo qual foi forçada a abrir
cinco portos para o comércio e ceder Hong Kong aos britânicos (a colônia só foi
devolvida à administração chinesa em 1997). A paz, no entanto, não foi
duradoura. A segunda Guerra do Ópio começaria em 1856.
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