"Contra
o mundo de grosseria que a cercava, não tinha efetivamente senão uma arma: os
livros que pedia emprestados na biblioteca municipal; sobre tudo os romances:
lia-os em quantidade, de Fielding a Thomas Mann. Eles não só lhe ofereciam a
possibilidade de uma evasão imaginária, arrancando-a de uma vida que não lhe
trazia nenhuma satisfação, mas tinham também para ela um significado como
objetos: gostava de passear na rua com um livro debaixo do braço. Eram para ela
aquilo que uma elegante bengala era para um dândi do século passado. Eles a
distinguiam dos outros.(…)"
- Milan
Kundera, em "A Insustentável Leveza do Ser".
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