quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

sou filho da lua nova




de um ventre nasci,
gerado de um amor furtivo
cativo, nativo,
já há mais de quatro décadas existo
vivo, resisto, persisto, sofro,
perco, venço
avanço, recuo
vivo com ternura e ânsia
na dose inexata
busco a amizade da sorte,
ainda temo a morte
vim das bandas de lá,
das terras do bemvirá
das noites de luar
esperanças carrego aos feixes
sou do signo de peixes,
escrevo, desde tenra idade
muito cedo não fui á escola
sou pulso, impulso, pulsão
digo não, com muita emoção
escrevo nas noites, amigo das madrugadas
gosto de cachaça de alambique
das manhas e das manhãs,
primaveras, veras, deveras
canto as alegrias
e os lamentos das coisas fugidias
se estou preso, solidão
se estou solto, paixão
a indignação dos excluídos me domina
vivo agora, nesta hora sou helder molina
(helder molina)

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