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(trad. Olga Savary)
Nem flores nem lua.
E ele tomando sakê
sozinho.
De que árvore florida
chega? Não sei.
Mas é seu perfume.
(trad. Guilherme de Almeida)
Ah! o antigo açude!
E quando uma rã mergulha,
o marulho da água.
(trad. Manuel Bandeira)
A cigarra... Ouvi:
Nada revela em seu canto
que ela vai morrer.
(trad. desconhecido)
Este caminho
Ninguém já o percorre,
Salvo o crepúsculo.
Doente em viagem
Sonho em secos campos
Ir-me enveredar.
Matsuo Bashô.
Japonês nascido em Tóquio, no ano de 1644, morre em Osaka, 500km ao sudoeste, em 1694. Filho de samurai, samurai por nascimento, interessava-se por poesia desde criança; publicou seu primeiro poema em 1662. Aos 25 anos, abandona sua classe social e a imposição do destino, trocando uma carreira militar pelas andanças errantes. Buscou uma vida mais reclusa, ensinou a milhares de discípulos a arte do haikai, peregrinou por algumas vezes por diferentes partes do Japão e pautou sua vida e produção artística em preceitos aliados à humildade, modéstia e transição. Tornou-se um mestre, consagrado e ainda muito considerado no campo da arte poética, mesmo depois de alguns séculos, célebre pela beleza de seus trabalhos. Bashô enxergava a beleza em coisas simples da natureza e da vida e a compartilhava com o mundo.
[Para mais sobre Bashô ou haikais: LEMINSKI, P. Matsuo Bashô: a lágrima do peixe. GUTTILLA, R. (org.) Boa companhia: haicai].
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