Em 1703, o embaixador britânico John Methuen e o Marquês de
Alegrete, representando o Reino de Portugal, firmaram o tratado que passou à
história com o nome do primeiro.
O tratado é um documento curto, de meia dúzia de linhas.
Determina que Portugal não cobrará impostos de importação de têxteis ingleses.
Em troca, a Inglaterra não cobraria impostos dos vinhos portugueses.
O volume de exportação dos "panos" ingleses para
Portugal era muitas vezes maior que o volume de exportação de vinhos
portugueses para a Inglaterra. Mas essa nem foi a mais grave consequência do
tratado.
Ele matou a nascente indústria têxtil portuguesa - lembrando
que, na época, a indústria têxtil era o carro-chefe da industrialização. Quanto
à indústria vinícola inglesa, ela não existia nem poderia existir, até por
questões climáticas.
É possível elencar muitas razões para a decadência e o
atraso de Portugal a partir do século XVIII. Em qualquer listagem, porém, o
tratado de Methuen aparece com destaque.
Não foi ruim para todos, claro. O Marquês de Alegrete, que
foi o principal negociador português do tratado, por exemplo, era um grande
produtor de vinhos.
Luis Felipe Miguel
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