terça-feira, 9 de outubro de 2018

As questões sociais e culturais são fundamentais para entendermos a lógica dos votos


As questões sociais e culturais são fundamentais para entendermos a lógica dos votos. Lembro do choque cultural quando entrei pela primeira vez em uma mesquita islâmica durante uma viagem a Istambul. Também lembro da única vez em que eu entrei em uma igreja evangélica em um casamento de uma pessoa distante relacionada com a minha esposa. Para falar a verdade eu nunca assisti um programa do Ratinho por mais de um minuto e nem nenhum programa popular de violência e assuntos policias inteiro. Os meus canais de rádio e de mídias são diferentes dos radialistas, jornalistas e atores eleitos na lista dos mais votados. Surpreendo-me quando descubro cantores, artistas, atores, páginas, circuitos sociais e políticos na internet, nas redes sociais, com centenas de milhares de curtidas nas quais eu nem sabia que existiam. Há vídeos e clips de fake news no WhatsApp que eu quase não consigo enxergar e que tem gigantescas visualizações. Para entender a lógica cultural e política dos estranhos mais votados é preciso entender outros mundos e circuitos sociais completamente diferentes e distantes dos nossos. Da mesma maneira temos muitas pessoas que nunca tiveram a oportunidade de frequentar uma instituição educacional crítica e de qualidade na sua vida, que nunca entraram e ficaram mais do que cinco minutos em uma biblioteca ou livraria, que nunca leram livros completos com mais densidade e complexidade, enfim, vítimas de uma sociedade extremamente desigual, violenta e alienante para a grande maioria. Os pontos de contato devem passar pelas ameaças aos direitos ainda existentes nas questões do mundo do trabalho, na regulação, salário e nos direitos trabalhistas, na luta pela educação pública, gratuita e de qualidade, na luta pela saúde social e coletiva, na previdência e ter direitos de aposentadoria, ser contra as privatizações do que é social como agenda dos lucros privados dos mais ricos, a necessidade do debate sobre políticas sociais e tributárias para a distribuição de renda, saber que a verdadeira segurança é a social da cidadania, tudo de modo a alertar e conscientizar as pessoas mais simples e desinformadas sobre o grave desastre que os candidatos de extrema direita e os mais ricos trarão para a imensa maioria.
RCO

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