Existe uma base social com vontade de lutar pela
democracia e por Lula com determinação. Esta base precisa de comando e de
direção política firme. Se Lula for preso o golpe e a ditadura burguesa-togada
avançarão para os próximos passos: a hegemonia completa dos mais corruptos
políticos e capitalistas no poder, a privatização das estatais, da Petrobras, o
desmonte da educação e das universidades federais, a venda da saúde e da previdência,
a criminalização dos movimentos sociais, como o MST, MTST, o fechamento do PT e
a perseguição implacável contra qualquer candidatura, sindicato, partido e
movimento que minimamente ameace os interesses da ordem dominante golpista nos
seus arrochos trabalhistas e roubos de direitos. O último grande comandante
institucional disposto a lutar pela democracia no Brasil foi o Marechal Lott,
no contragolpe de 11 de novembro de 1955. Impressionante quando alguém de cima
resolveu lutar, em igualdade de condições, contra a direita brucutu, contra os
fascistas, os gorilas, contra o consórcio entreguista internacional, estes
recuaram com medo da resoluta ação de Lott, infelizmente mal aproveitada.
Vargas não teve condições de luta em 1954. Poderia ter tido como se viu na
grande reação popular no dia seguinte do suicídio, muitos esperaram o comando.
Jango não ouviu Brizola e ambos tiveram que fugir em 1964. Durante a ditadura
civil-militar de 1964 o legislativo só não foi completamente fechado, como
tinha sido na ditadura de 1937, pela existência de lutadores, os mesmos
lutadores que garantiram a sobrevida do pequeno espaço legislativo para a
grande derrota parlamentar das forças da ditadura, da Arena, nas eleições de
1974 em diante. As forças da ditadura militar não conseguiram fechar de vez e
permanentemente o limitado parlamento por causa dos que resistiram. Sem os
heróis da resistência contra a ditadura brasileira de 1964, ela poderia ter
seguido o modelo das ditaduras espanhola e portuguesa, nas suas muitas décadas
de continuidade, de atraso e de oligarquias reacionárias ditatoriais no poder.
Agora estamos em outra encruzilhada decisiva e todos os cidadãos amantes da
democracia, das liberdades, todos os militantes, todos sindicalistas, todos
partidos de esquerda, todos parlamentares, todos governadores, prefeitos, todos
artistas, todos intelectuais, todas as lideranças populares, movimentos
sociais, trabalhadores e estudantes, todos comprometidos com a democracia, com
as causas sociais e com eleições livres, todos devem lutar ao máximo neste
momento de ameaça de prisão ilegal, imoral e forjada de Lula pelos tribunais de
exceção do atual regime golpista. A pergunta que se deve fazer é a seguinte:
Quem está disposto a lutar ao máximo pela democracia, pelas liberdades e pela
causa de Lula ? Quem está disposto a lutar pelo golpe, por Temer, pelo PSDB, ou
por qualquer dos seus serviçais golpistas subalternos, nos outros partidos de
direita e nas outras lideranças apoiadoras do golpe, do desmonte do país e da
incipiente ditadura burguesa-togada que existe ? Preparem-se para as batalhas
políticas em defesa do Brasil.
RCO
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