sábado, 30 de dezembro de 2017

Daqui ninguém sai vivo

Rimbaud, em carta a Paul Demeny:

um poeta torna-se um sonhador através de um longo, ilimitado e
sistemático desregramento de todos os sentidos. Todas as formas de
amor, de sofrimento, de loucura; investiga-se a si próprio, consome
dentro de si todos os venenos e preserva as suas quintessências. Um
tormento indescritível, onde irá encontrar a maior fé, uma força sobrehumana,
com que se torna, de entre todos os homens, o grande
inválido, o grande maldito – e o Supremo Cientista! Pois alcança o
desconhecido! E que interessa se for destruído no seu vôo extático por
coisas inauditas e inomináveis...*

* HOPKINS, Jerry. & SUGERMAN, Daniel. Daqui ninguém sai vivo. Lisboa: Assírio & Alvim, 1992, p.

29.

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