Rimbaud, em carta a Paul Demeny:
um poeta torna-se um sonhador através de um longo, ilimitado
e
sistemático desregramento de todos os sentidos. Todas as
formas de
amor, de sofrimento, de loucura; investiga-se a si próprio,
consome
dentro de si todos os venenos e preserva as suas
quintessências. Um
tormento indescritível, onde irá encontrar a maior fé, uma
força sobrehumana,
com que se torna, de entre todos os homens, o grande
inválido, o grande maldito – e o Supremo Cientista! Pois
alcança o
desconhecido! E que interessa se for destruído no seu vôo
extático por
coisas inauditas e inomináveis...*
* HOPKINS, Jerry. & SUGERMAN, Daniel. Daqui ninguém sai
vivo. Lisboa: Assírio & Alvim, 1992, p.
29.
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