§2.
Questiono se a didática educacional, incluindo, obviamente,
as atividades de pensar, saber,ler e escrever ficariam prejudicadas pela
abundância de informações
generalizadas e assistemáticas. Tempo e espaço fazem parte,
inegavelmente, da nossa condição humana. Ou se adquire com clareza e
profundidade um conhecimento específico – não confundam isso com especialização
– ou não nos sobram tempo e espaço para obter os atributos desejáveis e
necessários para uma formação humanística. O fluxo de informações incessantes
no ensino assemelhar-se-ia às vozes ouvidas pelos esquizofrênicos, diante da
pressão auditiva, saindo ilesas dos corpos, sem serem processadas. Não
processar o conhecimento prejudica a instrução. Não adquirir um conhecimento
interdisciplinar prejudica as ações e políticas. Ainda por cima, não se lê como
se deveria. E o pior, não se escreve como se poderia. Não seria uma surpresa,
hoje, ao lermos os discursos escritos pelos alunos de escolas superiores,
construirmos a contraditória ilação de
que os autores nem mesmo teriam pensado para construir seu
raciocínio.
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