Pátria de emigração
É num poema que te posso ter...
A terra – possessiva inspiração
E os rios – como versos a correr.
Achada na longínqua meninice,
Perdida na perdida juventude,
Guardei-a como pude
Onde podia:
Na doce quietude
Da força represada da poesia.
E assim consigo ver-te
Como te sinto:
Na doirada moldura da lembrança,
O retrato da pura imensidade
A que dei a possível semelhança
Com palavras e rimas e saudade.
( Miguel Torga)
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