Os operadores da Lava a Jato são membros e representantes do
0,1% mais rico no Brasil, a elite mais tradicional e conservadora do sistema
judicial. Quase todos operadores da Lava a Jato representam um forte poder
hereditário de dentro do Estado. Os pais tiveram carreiras estatais durante o
período de autoritarismo da ditadura militar. O procurador Deltan Dallagnol, o
coordenador, é filho do procurador de justiça Agenor Dallagnol e pertence a
seita religiosa. Carlos Fernando dos Santos Lima, procurador e estrategista, é
filho do deputado estadual da ARENA Osvaldo dos Santos Lima, promotor, do partido
de apoio à ditadura, foi presidente da Assembleia Legislativa do Paraná no auge
da repressão, em 1973. Santos Lima é outra típica família do poder local
tradicional da Genealogia Paranaense, como já demonstramos em outras mensagens.
A esposa de Carlos Fernando, Vera Lúcia, era funcionária do Banestado durante a
crise e escândalo do banco. O mais novo dos procuradores da Lava Jato é Diogo
Castor de Mattos, que também apresenta notável rede familiar de poder na sua
família. É filho do falecido procurador de justiça Delivar Tadeu de Mattos e de
Maria Cristina Jobim Castor de Mattos, irmã do falecido Belmiro Jobim Castor,
ex-diretor do Bamerindus, secretário de Estado várias vezes no Paraná nos anos
70-80 e do Conselho Superior da Associação Comercial do Paraná. O escritório de
advocacia Delivar de Mattos & Castor é dos mais conhecidos do Paraná, com
os irmãos Rodrigo Castor de Mattos e Analice Castor de Mattos. Qualquer
sociedade para manter politicamente, ideologicamente e juridicamente a absurda
concentração de renda brasileira precisa desses tipos de atores e de sistema
judicial familiar e arcaico, mais associado ao Antigo Regime e sua nobreza
togada. No Brasil os mais altos operadores jurídicos dentro do Estado, ou nos
escritórios de advocacia, ganham remunerações formidáveis e fantásticas se
comparadas com as médias brasileiras. Criam problemas para eles mesmos
resolverem lucrativamente.
RCO
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