Não costumo falar de religião aqui no Facebook, mas nessa
semana presenciei um diálogo inusitado na mesa ao lado à minha no almoço. Dizia
um dos rapazes: "as pessoas interpretam mal o Diabo, ele é um cara
bom". Fiquei atento aos argumentos. "Os bandidos não merecem
morrer?", indagava aos colegas, que balançavam suas cabeças positivamente.
"Então, o que precisa ser feito com o bandido depois da morte?".
Pausou por alguns instantes para que os demais refletissem, e concluiu: "o
Diabo apenas tortura essas pessoas ruins, enquanto Deus recebe as pessoas boas.
Cada um faz seu papel". Bom, claro que política e religião se confundem: a
ideia do justiçamento ou a tortura se tornaram desejáveis para as pessoas como
forma de "punir os maus", na vida e, nesse caso, até mesmo na
eternidade. Claro que não há nada mais contraditório à trajetória atribuída ao
Jesus Cristo do que essa sociedade da intolerância e violência. Por isso, em
tempos sombrios como o que vivemos, quem começa a se tornar referência é, de
fato, o Diabo.
ACBM
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