sábado, 23 de abril de 2016

Ricardo Costa de Oliveira

16 de abril às 09:45 ·


Os direitistas perderam a eleição presidencial em 2014 e podem perder o golpe em 2016 nos mesmos lugares. A República no Brasil só se consolidou com a "política dos governadores", uma das lógicas organizacionais mais atuantes no parlamento nacional. A força política dos governadores nordestinos nos últimos dias parece ter revertido a tendência de domínio dos golpistas sudestinos. O mapa eleitoral regional e local de 2014, em boa parte, se reproduzirá na votação do impedimento. Pior ainda, quem com ferro fere, com ferro será ferido. O vice de Cunha, Waldir Maranhão, 1º vice-presidente da Câmara, parece ter se interessado pelo cargo de que é vice, ganhou autonomia e papel ativo no campo político. O Maranhão, do deputado e do governador Flávio Dino juntos desempatam o jogo e votarão contra o impeachment. A derrota do golpe passa pelas posições dos governadores mobilizando suas bancadas em várias regiões, o que acontece e se torna decisivo na reta final, ao lado das grandes mobilizações populares esperadas contra o golpe hoje e amanhã. O voto ideológico de esquerda do Sul e Sudeste está muito forte nas trincheiras da democracia e da legalidade.

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