Imagine a seguinte situação: um sujeito casado, em relação
estável e duradoura, apaixona-se por sua empregada doméstica.
Ao invés de demitir a sua funcionária e ter um
relacionamento extra conjugal, secreto, ou divorciar-se e assumir a nova
relação, ele não só a mantém trabalhando em sua casa, como assume o
relacionamento diante da esposa, passando a tratá-la de maneira que ela saia de
casa, ignorando-a.
A empregada, em paralelo com a dona da casa, passa a
administrar a família, trocando os móveis de lugar, trocando eletrodomésticos,
fazendo as compras, recebendo visitas...
Uma situação assim fica difícil até de imaginar, nos enoja,
pela falta de caráter dos amantes, não pelo relacionamento iniciado, mas pela
maneira como está sendo conduzido, promíscuo, imoral.
Temos uma Presidente da República(esposa), casada com o
poder (opinião pública, mídia, legislativo e judiciário) e a empregada,
subalterna aos dois (Vice Presidente).
Súbito, a empregada, que gozava da confiança da patroa, a
trai, oferecendo-se ao poder, com os dois iniciando uma relação, diante da
esposa, com ela dentro de casa.
Pois Dilma não foi julgada, não foi sequer iniciado o
julgamento, não há nem relator do processo, mas Temer está na mídia nacional e
internacional dando entrevistas como presidente, escolhendo ministros, dizendo
o que vai fazer ou deixar de fazer, diante da opinião pública, da mídia, do
executivo e do judiciário, sem pudor ou qualquer resquício de dignidade, de
maneira vil, sórdida.
Perdemos o caráter e a honra tornou-se valor manipulado
pelos veículos de comunicação, descendo ao nível das cusparadas no Congresso
Nacional, de prostituição nos banheiros do Congresso Nacional, de juízes e
ministros do STF postergando ou acelerando processos a bel prazer, com quase a
metade dos (maus) elementos do Congresso Nacional respondendo a processos por
roubo da coisa pública, a desconfiança de que a roubalheira habita também o
judiciário.
O que foi uma família degenerou, o que era um lar tornou-se
um puteiro, uma zona de baixo meretrício.
Os que pagarão caros michês mais adiante, aplaudem.
O Brasil não merecia isso.
Francisco Costa
Rio, 23/04/2016.
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