domingo, 13 de março de 2016

" 'Balança que essa quenga cai'. 'Prisão é pouco, fuzilamento já'. 'O PT vai sangrar'. A mãe que exibe orgulhosa o desenho do filho, aparentemente uma criança bem pequena, dois bonecos com a legenda "morra Lula - morra Dilma". Saudações nazistas.
A agressividade dos protestos da direita é impressionante.
Lembro das passeatas pelo impeachment de Collor. Não foi nenhum espetáculo de consciência política, o discurso em geral era raso, pipocavam refrões sexistas ('Rosane, sua galinha/Foi o PC que pagou sua calcinha'). Mas não se via na rua uma fração do ódio que hoje é ostentado.
O mesmo para os protestos de Fora FHC. Ou, recuando, para as manifestações das Diretas. Queríamos o fim da ditadura. Ninguém queria enforcar toda a cúpula das forças armadas.
Na verdade, acho que nem as manifestações anticomunistas que precederam o golpe de 1964 verbalizaram um ódio assim tão escancarado.
Isso é o mais assustador: o avanço de uma mentalidade claramente fascista, que se orgulha de sê-lo, que nem disfarça mais.

Luis Felipe Miguel

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