Muitos repetem o mantra: "como em junho de 2013, não
vai demorar muito e essas manifestações do MPL em SP se virarão contra o
PT."
A afirmação, me perdoem seus autores ou aderentes, é
estapafúrdia.
A direita não controla, em alguma caverna secreta, um chip
mental embutido no cérebro das pessoas.
Se o prefeito petista aumenta o preço do transporte público
ao lado do governador, se a Guarda Municipal e a CET são cúmplices da PM na
repressão aos manifestantes, se o governo municipal petista não é capaz de
apresentar qualquer outra proposta estruturante para o setor salvo a elevação
da tarifa, parece bastante obvio que a massa de jovens a protestar nas ruas
também irá se voltar contra o PT.
Mas poderia ser absolutamente oposta a situação se o
prefeito denunciasse a repressão ordenada pelo governador, retirasse os
organismos municipais desse tipo de operação, criasse uma comissão de alto
nível para estudar a viabilidade da tarifa zero, expandisse o passe escolar
para o final de semana e as férias, suspendesse unilateralmente o aumento por
três meses, até que uma mesa de diálogo chegasse a uma solução estratégica para
o transporte municipal.
Como podemos ver, as manifestações se voltam ou não contra o
PT por conta da orientação política que os governantes petistas adotam, não por
conta de alguma sinistra conspiração.
Afinal, a juventude que está protestando contra o aumento da
tarifa não é composta pela classe média reacionária que deseja derrubar o
governo Dilma, mas por uma garotada progressista e lutadora que facilmente
estaria disposta a defender um programa mais democrático para a cidade.
Breno Altmann
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