Gato dormindo debaixo de um pimenteiro: gato amarelo folhas
verdíssimas pimentos vermelhos: sono redondo: sombras pequenas de pimentos
vermelhos no sono do gato: folhas sombrias dentro do amarelo: pimentos dormindo
num gato vermelho; verdes redondos no sono do pimenteiro: o amarelo: da cabeça
do gato nascem pimentos verdíssimos de sono: sono vermelho: sombras amarelas no
gato redondo de sono verdíssimo debaixo de um pimenteiro amarelo: a sombra do
gato dando folhas redondas sonhando amarelo sobre dormindo os pimentos: a água:
secura sombria do gato vermelho: o sonho da água dorme no pimenteiro: a sombra
da cal das paredes secas dorme no gato de água amarela: a cal dá pimentos que
sonham nas folhas do gato: o sono da cal dá sombras redondas no gato enrolado
no vermelho: a água é uma sombra o gato é uma folha o sono é um pimenteiro: a
cal é o verdíssimo do sono seco dando sombra no amarelo: pimenteiro redondo:
pimento de cal enrolados no sonho do silêncio amarelo: o silêncio dá gatos que
sonham pimentos que dão sono na cal que dá sombra nas folhas que dão água na
secura do tempo vermelho: o tempo enrola-se debaixo da cabeça do pimenteiro que
se enrola no gato de cal do sono amarelo: o sono de dentro dos pimentos debaixo
do redondo verdíssimo enrolado no sonho: e dorme o pimenteiro com as sombras do
gato redondo enrolando-se nas folhas: silencio de sonho sono de tempo: tudo
amarelo: noite de pimenteiro sono de cal folhas do gato sonho das sombras do
verdíssimo vermelho: secura da noite: noite do gato na noite da cal com a noite
das folhas dentro da noite do verdíssimo debaixo da noite do sonho diante da
noite do pimenteiro após a noite do amarelo desde a noite das sombras consoante
a noite redonda para a noite de dentro durante a noite do vermelho detrás da
noite dos tempos debaixo da noite sem à frente do com da noite conforme a noite
conforme: a noite dos tempos: um gato de dentro desaparecendo num pimenteiro:
pimenteiro desaparecendo: a cal morrendo no sonho das folhas pequenas: o
silêncio de tudo no mundo inteiro: et caeteamente vosso inteiro:
herberto helder: em janeiro: mil novecentos e sessenta e
três
Nenhum comentário:
Postar um comentário