Minha hipótese para as causas das instabilidade em que
vivemos, desde os tempos do mensalão, é a seguinte: o principal partido
brasileiro, o PT, opera segundo uma lógica majoritária (culto ao lulismo,
necessidade psíquica de uma "polarização imaginária" com PSDB;
reivindicação de cabeça de chapa até em eleição para síndico de prédio;
estabelecimento de agenda top down), enquanto o sistema político brasileiro
gera uma pressão por uma lógica consensual. Quando as duas ondas não estão em
sintonia, aparecem as crises, que não são infrequentes. FHC, por incrível que
pareça, operava bem no modelo consociativo daí que seu governo tenha sido mais
estável, mesmo com políticas de governo menos progressistas e de menor apelo
popular que o PT. Os próprios escândalos de corrupção já são um sintoma dessa
dissonância.
Sérgio Braga
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