terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Minha hipótese para as causas das instabilidade em que vivemos, desde os tempos do mensalão, é a seguinte: o principal partido brasileiro, o PT, opera segundo uma lógica majoritária (culto ao lulismo, necessidade psíquica de uma "polarização imaginária" com PSDB; reivindicação de cabeça de chapa até em eleição para síndico de prédio; estabelecimento de agenda top down), enquanto o sistema político brasileiro gera uma pressão por uma lógica consensual. Quando as duas ondas não estão em sintonia, aparecem as crises, que não são infrequentes. FHC, por incrível que pareça, operava bem no modelo consociativo daí que seu governo tenha sido mais estável, mesmo com políticas de governo menos progressistas e de menor apelo popular que o PT. Os próprios escândalos de corrupção já são um sintoma dessa dissonância.

Sérgio Braga

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