Éramos jovens e desde 1978 Renato Russo já narrou a sujeira
do Senado, quando não sujeira, mas o se cheira pra todo lado. Vaza-Jato
derrubou Delcídio, um típico político negocial de Brasília, que fez carreira e
foi ligado ao PSDB, como quase todos os denunciados do esquema das atividades
gerenciais na Petrobras, atuantes desde a época do Fernando Henrique e do PSDB.
Quando o vento mudou Delcídio passou para o PT, para continuar operando. Mais
um vazamento constrange o STF e a resposta é rápida com as prisões. Melhor para
o governo e para o PT do que um longo processo e uma longa sangria política
desatada pelas denúncias contra Delcídio, que se junta a muitos outros
Demóstenes da vida, moralistas sem moral. A prisão do banqueiro André Esteves,
dono do BTG Pactual, preocupa muito a oposição de direita. Se as mesmas regras
fossem aplicadas o PSDB, amigo íntimo do BTG Pactual, financiador e presente
nos casamentos, viagens e helicópteros da cúpula tucana, íntimo de Aécio, Beto
Richa e muitos outros parlamentares, que temem o mesmo destino de Delcídio, se
as mínimas regras de isonomia fossem aplicadas para todos políticos do PSDB. Se
o PT foi atingido e beneficiado com a rápida queda de Delcídio, o PSDB tem
muito mais a perder a médio prazo se puxarem os fios da meada do BTG e de
Delcídio. José Serra também foi citado nas devagrações, o empresário Gregório
Marin Preciado é a pessoa relacionada com o lobista e delator Fernando Baiano.
Preciado é casado com uma prima do senador tucano José Serra. A coisa vai
longe.
Ricardo Costa de Oliveira
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