sábado, 28 de novembro de 2015


Éramos jovens e desde 1978 Renato Russo já narrou a sujeira do Senado, quando não sujeira, mas o se cheira pra todo lado. Vaza-Jato derrubou Delcídio, um típico político negocial de Brasília, que fez carreira e foi ligado ao PSDB, como quase todos os denunciados do esquema das atividades gerenciais na Petrobras, atuantes desde a época do Fernando Henrique e do PSDB. Quando o vento mudou Delcídio passou para o PT, para continuar operando. Mais um vazamento constrange o STF e a resposta é rápida com as prisões. Melhor para o governo e para o PT do que um longo processo e uma longa sangria política desatada pelas denúncias contra Delcídio, que se junta a muitos outros Demóstenes da vida, moralistas sem moral. A prisão do banqueiro André Esteves, dono do BTG Pactual, preocupa muito a oposição de direita. Se as mesmas regras fossem aplicadas o PSDB, amigo íntimo do BTG Pactual, financiador e presente nos casamentos, viagens e helicópteros da cúpula tucana, íntimo de Aécio, Beto Richa e muitos outros parlamentares, que temem o mesmo destino de Delcídio, se as mínimas regras de isonomia fossem aplicadas para todos políticos do PSDB. Se o PT foi atingido e beneficiado com a rápida queda de Delcídio, o PSDB tem muito mais a perder a médio prazo se puxarem os fios da meada do BTG e de Delcídio. José Serra também foi citado nas devagrações, o empresário Gregório Marin Preciado é a pessoa relacionada com o lobista e delator Fernando Baiano. Preciado é casado com uma prima do senador tucano José Serra. A coisa vai longe.

Ricardo Costa de Oliveira 

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