Marilia KubotaBom dia! Lendo jornais e outros informativos
descubro que tudo de bom que existe no Paraná ou vem de Santa Catarina ou de
São Paulo: Cristóvão Tezza, Manoel Carlos Karam, Valêncio Xavier, teses,
dissertações e traduções interessantes. Nossos lazarentos são muito jaguaras.
Tania Santos a falta de identidade, a baixa auto-estima do
paranaense (mix de etnias menores e subjulgadas pelas etnias auto proclamadas
superiores - alemães) explica muita coisa - uma delas é o fato do Paraná não
conseguir ter representação significativa em todas as áreas culturais e
políticas também a nivel nacional.
Marilia Kubota ...bom, pelo menos o lava-jato está aqui, por
ora...
Attila
Wensersky Dalton, Poty, Leminski, Kolody, Freire Maia, Bueno, Morozowicz. Temos
sim.
E muitos outros, Mas nossa mania de vira-latas continua
grande.
Alice Ruiz Helena Kolody, Luci Collin, Ada Maccagi, Adelia
Woellner, Marilia Kubota
Gloria Kirinus,
Marilda Confortin...
Marilena Wolf De Mello Braga Marilia, tuas bandidagens me
divertem. Adoro!
Gloria Kirinus ...Mas eu sou peru, perua ou peruana de fora
rsrsrs
Alice Ruiz Peruana totalmente adotada e assimilada pelas
terras dos pinheirais.
Marilia Kubota ... ao meu lado vive alguém que defende os
curitibanos todos os dias...eu não sou curitibana, sou caiçara. paranaguá é
meio um lugar fora do mundo, o paraná nasceu lá e qndo subiu a serra
desapareceu na geada de curitiba. se a capital do paraná fosse paranaguá,
seríamos uma espécie de rio de janeiro.
Ivan Justen Santana Dario Vellozo nasceu no Rio de Janeiro,
mas veio morar em Curitiba aos dezesseis anos de idade (dele, não de Curitiba),
e é um dos forjadores da cultura paranaense, a qual a gente insiste em
considerar que existe (mesmo sendo mais uma coisa múltipla e mutante do que só
aquele paranismo típico da araucária e da gralha azul). Não basta certidão de
nascimento paranaense para ser paranaense, e há muitas figuras influentes da
cultura paranaense que não têm essa certidão, mas têm quilometragem suficiente,
criaram-se ou adotaram-se paranaenses. O problema de ser paranaense talvez seja
que é preciso mais de dez linhas pra explicar o que é isso, uma vez que não há
um estereótipo humano paranaense, e apenas as figuras da natureza seriam
representantes imediatos (olha aqui essa gralha, agora olha essa araucária,
agora... você teria uns quinze ou vinte minutos?). De qualquer modo, Cristovão
Tezza já é paranaense faz tempo, idem pros outros citados por você, Marilia
Kubota, sua jaguara lazarenta duma figa! (boca maldita é paranaense... )
Marilia Kubota ...há 100 anos ser "japonês" era
muito feio...será que daqui a 100 anos ser paranaense vai ser bonito graças a
leminski dalton alice ruiz poty? ou só é bonito ser atleticano ou coxa-branca ?
a ufpr perde para ufsc na área de crítica e tradução e não temos editoras ou
eventos ou politicas para o livro nem valorização de autores do paraná...quem é
dario vellozo para o restante do brasil ?
Ivan Justen Santana Opa: será que a UFPR perde mesmo pra
UFSC nessas áreas? Você sabe qual é a avaliação/nota da CAPES para os
departamentos de pós-graduação em Letras dessas duas universidades, Marilia?
Por sinal, ser japonês há 70 anos, na época da Segunda Guerra Mundial, ou mesmo
há 45 anos, na época em que Yoko Ono enfeitiçou John Lennon, não devia ser
bolinho... Ser paranaense pode ser bonito pra quem ache, e Dario Vellozo é o
fundador do Instituto Neo-Pitagórico, que se mantém vivo, mundialmente conhecido,
editando trimestralmente a revista "A Lâmpada" desde 1931. E me
parece que foi sobre a poesia de Dario Vellozo que Claudio Daniel defendeu uma
tese de doutorado na USP há poucos dias. Conclusão: o povão pode não saber nada
de Dario Vellozo, mas quem tem profundidade de conhecimento em literatura
brasileira deveria saber (e a poesia de Dario Vellozo não é fácil mesmo, nem
nunca pretendeu ser).
Ivan Justen Santana Não temos editoras (Arte&Letra,
Kafka Edições,Travessa dos Editores, Editora da UFPR, ...) ou eventos
(Litercultura, Semana Literária SESC, Feira de Livros da UFPR, CuTUCando a
inspiração, Vox Urbe, ...) ou políticas para o livro nem valorização de autores
do Paraná (quando tem, a gente não participa se não pagarem, né?) --
Ivan Justen Santana "se a capital do paraná fosse
paranaguá, seríamos uma espécie de rio de janeiro." -- Ainda bem que não
somos uma espécie de Rio de Janeiro, e façamos de tudo pra não virar "uma
espécie de São Paulo", conforme as tendências mais homogeneizantes nos
puxam pra. É bonito sim ser paranaense, e manter a língua afiada --
Marilia Kubota concordo, tania, ainda sofremos por falta de
identidade cultural .você lembra a piada de uma jornalista da globo na copa de
que para a seleção espanhola era "melhor perder no maracanã do que em
curitiba?" acho que dá a dimensão de como o senso comum, representado pela
visão estereotipada da jornalista vê paraná/curitiba no brasil. lígia, agora mudei para cevada. bem melhor do
que café e não sofro de insônia. na próxima vez que for a s. miguel vou levar
para o joão pé-de-café experimentar.
...meu humor está bom, guinski. só leio
jornais do paraná que todos os dias gritam que o se produz nos estados vizinhos
é superior. ...attila, quem é freire maia ? ontem, num
concerto ouvi um pouco de música paranaense (brasílio itiberê e henrique de curitiba),
mas esses concertos são raros. a cultura paranaense disseminada primeiro para
os paranaenses, nas universidades, na mídia regional e aí acho que haveria mais
orgulho, menos dependência cultural. claro que o primeiro critério para a arte
é ser universal. a ideia de tolstoi, fale de sua aldeia e seja universal. Obrigada, Alice querida. Mas fora você, todas
nós, inclusive dona Helena continuamos paranaenses no sentido pejorativo. E
poeta mulher, piorou, restritas ao circo "literatura feminina".É, Marilena, mas não é simples bandidagem.
Você conhece bem o faroeste caboclo aqui do Paraná. Pois é, Gloria, por esse critério, morar no
Paraná há tempos você pode ser considerada escritora paranaense ? Se é assim,
porque não é incluída em mapeamentos oficiais ?
Marilia Kubota Ontem vi você passar diante do Café Sicilia,
Ivan, o enfant terrible. Quase te chamei, mas sabia que como bons poetas
paranaenses sentaríamos um diante do outro sem dizer nada. Hahaha.
Não conheço a vida e a obra de Dario Vellozo,
li "Cinerário", fui duas vezes ao Templo das Musas, li um conto de
Leminski muito divertido sobre ele publicado num dos primeiros números de
Nicolau. Ter sido citado em pesquisa de Claudio Daniel, valoriza, né ? Mas eu achava
melhor você, pesquisador da literatura paranaense, escrever um artigo sobre
Dario na Gazeta. Dai talvez ser paranaense deixe de ser sinônimo de ser gralha
ou araucária. ...eventos literários tem que ser os bancados
por instituições. fui numa das semanas literárias do sesc ver o alcir pécora,
que vergonha ! depois de três perguntas encerraram o debate porque estava sendo
muito polêmico...o litercultura é uma iniciativa interessante do marcelo
almeida por sair fora do circuito oficial , mas ainda não se firmou, não sei se
com a nova curadoria do manoel da costa pinto melhora ou é invadida pelos
paulistanos cult. de qq forma é legal conhecer coetzee, mia couto, valter hugo
mãe, skármeta...faltam poetas...o magella mereceria mais que o tuc por sua
militância poética em curitiba. mas um poeta é feliz pelos encontros, porque
veste o hábito da poesia todos os dias. poetas que vestem hábitos falsos são
suspeitos, mas aceitos no circuito marginal/oficial. falta de editoras é um problema
mesmo,nem uma se consolida. a travessa dos editores poderia ter sido a editora
paranaense, mas também ficou para a história. Dante Mendonça questiona em sua coluna na
Tribuna do Paraná se Curitiba foi criada por Ébano Pereira ou Jayme Lerner...
Ivan Justen Santana__________________ Estou finalizando tese sobre o Emiliano
Perneta, Marilia -- quando eu for defender a tese você pode me cobrar algum
artigo (talvez na gazeta) sobre este poeta. Enquanto isso, recomendo que você
leia o livro do Luiz Claudio Soares De Oliveira, "Dalton Trevisan (en)
contra o Paranismo", publicado por uma tal de Travessa dos Editores (tem
uma bela introdução sobre a história da nossa literatura). E da próxima vez que
me vir, pode me chamar, que as coisas estão mudando, e os poetas paranaenses
acho que já aprenderam pelo menos a cumprimentar uns aos outros.
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