"Nenhum eu, nem mesmo o mais ingênuo, é uma unidade,
antes sim um mundo extremamente multifacetado, um pequeno céu estrelado, um
caos de formas, estádios e condições, heranças e possibilidades. O fato de cada
um por si aspirar a considerar este caos uma unidade, e falar do seu eu como se
se tratasse de uma manifestação simples, fixa e solidamente modelada,
claramente delimitada - esse engano, que é inerente a qualquer ser humano
(mesmo superior), parece ser uma necessidade, uma exigência da vida, como a
respiração ou a alimentação. O erro assenta numa simples transferência. De
corpo, todo o homem é uno; de alma, nunca."
- Hermann Hesse, in "O Lobo das Estepes".
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