domingo, 24 de agosto de 2014

Os signos em rotação

"Os signos em rotação
A história da poesia moderna é a história de uma desmedida. Todos os seus grandes protagonistas, depois de desenhar um sinal breve e enigmático, se estatelaram contra a rocha. O astro negro de Lautréamont rege o destino dos nossos mais altos poetas. Mas esse século e meio foi tão rico em infortúnios como em obras: o fracasso da aventura poética é o lado opaco da esfera; o outro feito é da luz dos poemas modernos. Assim, a indagação sobre as possibilidades de encarnação da poesia não é uma pergunta sobre o poema, e sim sobre a história; será quimérico pensar numa sociedade que reconcilie o poema e o ato, que seja palavra viva e palavra vivida, criação da comunidade e comunidade criadora?"

[Octavio Paz. “O arco e a lira”. Tradução de Ari Roitman e Paulina Watch. São Paulo: Cosac Naify, 2012. Pg. 259/ Imagem: Tumblr, sem referências na pesquisa de imagens]

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