sexta-feira, 23 de maio de 2014

ABISMO


Não vejo a flor. A flor exala perfume. O perfume desabrocha. Ali eu cavo a minha cova. Também não vejo a cova. Dentro da cova que não vejo sento-me. Deito-me. Novamente a flor exala perfume. A flor, não a vejo. O perfume desabrocha. Esqueço e mais uma vez cavo a minha cova ali. Não vejo a cova. Entro na cova que não vejo esquecendo-me da flor por um lapso. Deito-me de verdade. Aaah. Novamente a flor exala perfume. A flor que nem vejo, a flor que nem vejo.

Yi Sang
Poeta coreano, traduzido por Yun Jung Im
Poema publicado na revista Coyote #8
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