terça-feira, 14 de janeiro de 2014

A Carta

Hoje encontrei dentro de um livro uma velha carta amarelecida,
Rasguei-a sem procurar ao menos saber de quem seria
Eu tenho um medo
Horrível
A essas marés montantes do passado,
Com suas quilhas afundadas  com
Meus sucessivos cadáveres amarrados aos mastros e gáveas...
Ai de mim ,
Aí de ti , ó velho mar profundo,
Eu venho sempre à tona de todos os naufrágios.

Mário Quintana

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